ATA DA SESSÃO DE INSTALAÇÃO DA SÉTIMA SESSÃO LEGISLATIVA EXTRAORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA, EM 08.07.1996.
Aos oito dias
do mês de julho do ano de mil novecentos e noventa e seis reuniu-se, na Sala da
Sessão do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal, de Porto Alegre. Às
quatorze horas e doze e minutos foi realizada a segunda chamada, sendo
respondida pelos Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella,
Clênia Maranhão, Décio Schauren, Dilamar Machado, Edi Morelli, Elói Guimarães,
Fernando Záchia, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique
Fontana, Isaac Ainhorn, João Dib, João Motta, João Verle, Jocelin Azambuja,
José Valdir, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Maria do Rosário, Mário
Fraga, Milton Zuanazzi, Nereu D’Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Pedro
Ruas, Raul Carrion, Reginaldo Pujol e Wilton Araújo. Constada a existência de
“quorum”, o Senhor Presidente declarou instalados os trabalhos da Sétima Sessão
Legislativa Extraordinária da Décima Primeira Legislatura, nos termos do artigo
210, 211 e 212 do Regimento da Casa e de acordo com o Edital de Convocação do
Senhor Prefeito Municipal datado do dia três de julho do corrente ano. Na
ocasião, os Vereadores Dilamar Machado e João Dib, suscitaram Questões de Ordem
com fundamento no artigo 20, parágrafo único, da Lei Orgânica
Municipal, e no mesmo sentido, com base no artigo 196 do Regimento deste
Legislativo acerca da organicidade e regimentalidade da matéria constante nesta
convocação extraordinária. Na oportunidade, o Senhor Presidente convidou para integrarem a Mesa a Deputada
Federal–RS, Yeda Crusius e o Deputado–RS, Onyx Lorenzoni, candidatos a Prefeito
e Vice–Prefeito, respectivamente, pela aliança PSDB–PL–PSC. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, o Ver. Luiz Negrinho falou sobre a difícil situação habitacional dos
moradores despejados da Vila Grande Cruzeiro que invadiram o Motel Coqueiros. O
Ver. Edi Morelli, denunciou a invasão da área nas Avenidas Macedônia com a Rua
Nisía Floresta, na Restinga. Em prosseguimento, o Senhor Presidente concedeu a
palavra aos Vereadores Antonio Hohlfeldt e Reginaldo Pujol para que saudassem,
em nome Casa, a presença dos Deputados Yeda Crusius e Onyx Lorenzoni. Em
continuidade, o Senhor Presidente concedeu a palavra aos Deputados Onyx
Lorenzoni e Yeda Crusius que discorreram sobre as propostas para Cidade da
coligação que representam para o pleito deste ano. Às quinze horas os trabalhos
foram regimentalmente suspensos, sendo retornados às quinze horas e três
minutos. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver. João Dib discorreu sobre a situação
habitacional dos moradores do Jardim Leopoldina, reportando-se também à
falência da Empresa Guerino Socidade Anônima. O Ver. Nereu D’ Ávila, teceu
considerações sobre a presente convocação extraordinária, referindo-se à
regimentalidade da matéria constante nesta convocação. O Ver. Reginaldo Pujol
falou sobre a regimentalidade da inclusão nesta convocação extraordinária do
Requerimento de Renovação de Votação do Projeto de Resolução n0
18/96. O Ver. Henrique Fontana, reportando-se ao pronunciamento do Ver. Nereu
D’ Ávila, esclareceu a posição Bancada Governista e do Executivo Municipal
sobre a presente convocação extraordinária. O Ver. Fernando Záchia externou seu
posicionamento sobre o Requerimento de Renovação de Votação do Projeto de
Resolução n0 18/96, bem como sobre a presente convocação
extraordinária. O Ver. Raul Carrion, discorreu a respeito da presente
convocação, considerando-a justa, pois tem a finalidade de examinar projetos de
interesse da Cidade. Em COMUNICAÇÃO DE PRESIDENTE, o Ver. Isaac Ainhorn
reportou-se à constância de projetos referentes á desafetação de áreas
destinadas à regularização fundiária nesta convocação extraordinária,
reportando-se aos questionamentos suscitados pelo Ver. João Dib. Na ocasião, o
Ver. Isaac Ainhorn, passou a presidência dos trabalhos ao Ver. Mário Fraga,
afim de receber no Gabinete da Presidência, o Desembargador Tupinambá
Nascimento, Presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul. A
seguir constatada a existência de “quorum”, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Na
oportunidade, o Senhor Presidente deferiu Requerimentos do Ver. Luiz Braz,
solicitando seja votado em destaque o artigo 20 dos Projetos
de Lei do Executivo n0s 32 e 34/96. A seguir, o Senhor
Presidente apregoou Requerimento do Ver. João Dib solicitando seja renovada a
votação do Projeto de Resolução n0 18/96 (Processo n0
1673/96). A seguir foi aprovado Requerimento do Ver. Henrique Fontana
solicitando seja incluído na Ordem do Dia por força do artigo 81 da Lei
Orgânica Municipal, o Projeto de Lei do Executivo n0 33/96
(Processo n0 1542/96). A seguir foi aprovado Requerimento do
Ver. Artur Zanella solicitando seja dispensada do envio às Comissões
Permanentes a Emenda n0 02 ao Projeto de Lei do Executivo n0
32/96 (Processo n0 1541/96). A seguir, em votação nominal
solicitada pelo Ver. Nereu D’ Ávila, foi rejeitada, por um voto SIM, vinte e
três Votos NÃO e duas ABSTENÇÕES, Requerimento do Ver. João Dib solicitando o
adiamento, por uma Sessão da discussão do Projeto de Lei do Executivo n0
32/96, votando Sim o Ver. João Dib, Não os Vereadores Airto Ferronato, Clênia
Maranhão, Décio Schauren Dilamar Machado, Edi Morelli, Elói Guimarães, Fernando
Záchia, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, João Motta, João
Verle, Jocelin Azambuja, José Valdir, Lauro Hagemann, Luiz Negrinho, Maria do
Rosário, Milton Zuanazzi, Nereu D’ Ávila, Paulo Brum, Pedro Ruas, Raul Carrion,
Wilton Araújo e optando pela Abstenção os Vereadores Antonio Hohlfeldt e Pedro
Américo Leal. A seguir, o Senhor Presidente registrou a presença do
tradicionalista gaúcho, Senhor Euclides Fagundes. Em discussão Geral e Votação,
esteve o Projeto de Lei do Executivo n0 32/96, que foi
discutido pelos Vereadores Edi Morelli, João Dib, Artur Zanella, Dilamar
Machado, Luiz Negrinho, Lauro Hagemann, Raul Carrion, Airto Ferronato, José
Valdir, Giovani Gregol, Reginaldo
Pujol, Luiz Braz e Elói Guimarães. Às dezessete horas e trinta e seis minutos
os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezessete
horas e trinta e seis minutos, retomando-se a ORDEM DO DIA. A seguir, o Projeto
de Lei do Executivo n0 32/96, após ser encaminhado à votação
pelos Vereadores Luiz Braz, João Dib, Lauro Hagemann, Reginaldo Pujol e Raul
Carrion, foi submetido à votação nominal solicitada pelo Ver. João Dib, sendo
aprovado por vinte e seis Votos SIM, dois Votos NÃO, e uma ABSTENÇÃO, com
ressalva das Emendas e do Destaque, votando Sim os Vereadores Airto Ferronato,
Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, Clênia Maranhão, Décio Schauren, Dilamar
Machado, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa,
Helena Bonumá, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João Motta, João Verle, José
Valdir, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Maria do Rosário, Mário Fraga, Milton
Zuanazzi, Nereu D’ Ávila, Paulo Brum, Pedro Ruas, Raul Carrion, Reginaldo
Pujol, Não os Vereadores Edi Morelli e João Dib e optando pela Abstenção o Ver.
Jocelin Azambuja. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou, segundo Questão de
Ordem suscitada pelo Ver. Artur Zanella, que foi firmado no mês de junho com a
Caixa Econômica Federal, o contrato referente ao projeto supra aprovado. Em
votação nominal solicitada pelo Ver. Artur Zanella, foi aprovado,
considerando-se mantido no texto o artigo 20 Projeto de Lei
do Executivo n0 32/96 destacado por Sua Excelência, no qual
votaram por vinte Voto SIM, sete Voto Não e uma ABSTENÇÃO, votando Sim os
Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Clênia Maranhão, Décio Schauren,
Elói Guimarães, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique
Fontana, Isaac Ainhorn, João Motta, João Verle, José Valdir, Lauro Hagemann,
Maria do Rosário, Mário Fraga, Milton Zuanazzi, Pedro Ruas, Raul Carrion e
Reginaldo Pujol, Não os Vereadores Artur Zanella, Edi Morelli, Fernando Záchia,
Jocelin Azambuja, Luiz Braz, Nereu D’ Ávila, Paulo Brum e, optando pela
Abstenção o Ver. João Dib. A seguir, foi aprovada a Emenda n0
01 ao Projeto de Lei do Executivo n0 32/96. Em
prosseguimento, foi rejeitada a Emenda n0 02 ao Projeto de
Lei do Executivo n0
32/96. Em continuidade, o Senhor Presidente deu conhecimento ao
Plenário, das Declarações de Voto encaminhadas à Mesa, pelos Vereadores Artur
Zanella, Reginaldo Pujol e João Dib, referente ao Projeto de Lei do Executivo n0 32/96. A seguir, em verificação de votação
solicitada pelo Ver. João Dib, foi aprovada a prorrogação da presente Sessão
por mais duas horas, por dezoito Votos SIM e quatro Votos NÃO, votando Sim os
Vereadores Airto Ferronato, Artur Zanella, Clênia Maranhão, Décio Schauren,
Elói Guimarães, Fernando Záchia, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena
Bonumá, Henrique Fontana, João Motta, João Verle, José Valdir, Lauro Hagemann,
Maria do Rosário, Milton Zuanazzi, Pedro Ruas, Raul Carrion e Não os Vereadores
João Dib, Mário Fraga, Nereu D’ Ávila e Reginaldo Pujol. Às dezoito horas e trinta minutos os
trabalhos foram regimentalmente suspensos para realização de reunião conjunta
das Comissões Permanentes. Às dezoito horas e trinta e oito minutos, constatada
a existência de “quorum”, os trabalhos foram retomados, reiniciando-se a ORDEM
DO DIA. Em Discussão Geral e Votação, em votação nominal solicitada pelo Ver.
João Dib, foi aprovado por dezessete Votos SIM, o Projeto de Lei do Executivo n0 34/96, com ressalva do destaque e da Emenda
n0 01, votando Sim os Vereadores Airto Ferronato, Artur
Zanella, Clênia Maranhão, Décio Schauren, , Elói Guimarães, Fernando Záchia,
Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, Isaac
Ainhorn, João Motta, João Verle, José Valdir, Lauro Hagemann, Pedro Ruas e Raul
Carrion. A seguir, em votação nominal solicitada pelo Senhor Presidente, foi
rejeitado, por dezesseis Votos SIM e dois Votos NÃO, o artigo 20
do Projeto de Lei do Executivo n0 34/96, destacado pelo Ver. Luiz Braz, considerando-o retirado do
texto e declarando, o Senhor Presidente, prejudicada a Emenda n0
01, votando Sim os Vereadores Airto Ferronato, Clênia Maranhão, Décio Schauren,
Elói Guimarães, Fernando Záchia, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá,
Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João Motta, João Verle, José Valdir, Lauro
Hagemann, Pedro Ruas, Raul Carrion e Não os Vereadores Artur Zanella e Luiz
Braz. Em votação nominal solicitada pelo Senhor Presidente, foi rejeitada, por
dois Votos SIM, dezesseis Votos NÃO e uma ABSTENÇÃO a Emenda n0
02 ao Projeto de Lei do Executivo n0 34/96, votando Sim os Vereadores Artur
Zanella e Luiz Braz e Não os Vereadores Airto Ferronato, Clênia Maranhão, Décio
Schauren, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa,
Helena Bonumá, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João Motta, João Verle, José
Valdir, Lauro Hagemann, Pedro Ruas, Raul Carrion, e optando pela Abstenção o
Ver. João Dib. Às dezenove horas e quatro minutos, constatada a inexistência de
“quorum”, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os
Senhores Vereadores para Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora
regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Isaac Ainhorn, Edi
Morelli, Mário Fraga e Fernando Záchia e secretariados pelos Vereadores
Fernando Záchia e Luiz Negrinho. Do que eu, Fernando Záchia, 10
Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em
avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
ERRATA
SESSÃO DE INSTALAÇÃO DA SÉTIMA SESSÃO LEGISLATIVA EXTRAORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA EM 08.07.1996.
- Durante a ORDEM DO DIA, quando dos registros referentes ao Projeto de Lei do Executivo n0 32/96, onde se lê “(...)Às dezessete horas e trinta e seis minutos os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezessete horas e trinta e seis minutos, retomando-se a ORDEM DO DIA (...)”, leia-se “(...)Às dezessete horas, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo reabertos às dezessete horas e trinta e seis minutos, constatada a existência de “quorum”, retomando-se a ORDEM DO DIA(...)”.
- Durante a ORDEM DO DIA, quando dos registros referentes ao Projeto de Lei do Executivo n0 32/96, onde se lê “(...)o Senhor Presidente deu conhecimento ao Plenário, das Declarações de Voto encaminhadas à Mesa, pelos Vereadores Artur Zanella, Reginaldo Pujol e João Dib(...)”, leia-se “(...)o Senhor Presidente deu conhecimento ao Plenário das Declarações de Voto encaminhadas à Mesa pelos Vereadores Artur Zanella, Reginaldo Pujol e Edi Morelli(...)”.
- Durante a ORDEM DO DIA, antes dos registros referentes ao Projeto de Lei do Executivo n0 34/96, onde se lê “(...)Às dezoito horas e trinta e oito minutos os trabalhos foram regimentalmente suspensos para a realização de reunião conjunta das Comissões Permanentes. Às dezoito horas e trinta e oito minutos, constatada a existência de “quorum”, os trabalhos foram retomados(...)”, leia-se “(...)Às dezoito horas e trinta e um minutos os trabalhos foram regimentalmente suspensos para a realização de reunião conjunta de Comissões Permanentes. Às dezoito horas e trinta e oito minutos, constatada a existência de “quorum”, os trabalhos foram retomados(...)”.
O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): Declaro, em conformidade com LOM, instalados os trabalhos da 7a Sessão Legislativa Extraordinária da XI Legislatura, nos termos do art. 210, 211, 212 do Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre, conforme o Edital de Convocação publicado nos jornais da Capital, por solicitação de S. Exa. Sr. Prefeito Municipal Tarso Genro.
O SR. JOÃO DIB (Questão de
Ordem): Sr.
Presidente, esta Questão de Ordem a ser formulada visa à anulação da Convocação
Extraordinária. Diz a LOM no seu art. 20: “São poderes do
Município, independentes harmônicos entre si o Legislativo e o Executivo”, §
único: “é vetada a delegação de atribuição entre os poderes”. O edital de
convocação de S. Exa., o Sr. Prefeito, coloca o Requerimento de renovação de
votação referente a Projeto de Resolução da Mesa Diretora da CMPA, Proc. n0
1673/96. Tenho a absoluta convicção de que é uma interferência do Poder
Executivo no Poder Legislativo. Portanto, estando irregular o Requerimento de
Convocação Extraordinária, peço que seja anulado.
O SR. PRESIDENTE: Eu informo a V. Exa. que
isso seria uma nulidade sanável, até
porque a Convocação Extraordinária reveste-se de todas as formalidades legais e
V. Exa. pode-se resignar, é legítimo. Mas formalmente está perfeita, observados
prazos, consoante a LOM, e até poderia haver um requerimento de votação
presente; agora, informo formalmente a V. Exa. que a presença deste
Requerimento de Renovação, inclusive, como o Projeto da Associação
Sul–Riograndense da Igreja Adventista do 70 Dia, foi uma
solicitação da Mesa Diretora ao Prefeito que colocasse na Ordem do Dia o
Requerimento de Renovação de Votação. Foi um entendimento para evitar ônus
maiores para o Município, conquanto teríamos que aditar o Requerimento de
convocação. Consoante isso, entendo que não assiste razão a V. Exa. Quero dizer
que seria uma intervenção, até porque a criação de cargos no âmbito do
Legislativo, mas foi uma solicitação da Mesa Diretora, através desta
Presidência. Seria uma questão de mérito, não de forma. Poderia ser uma
ingerência, mas estaria dentro das formalidades legais. Mas quero esclarecer
que este Vereador não aceitaria uma ingerência.
Informo a V. Exa que a Convocação é Extraordinária, mas na segunda-feira, as Sessões são ordinárias. Conseqüentemente nós estamos numa Sessão Ordinária. Declaro, em conformidade com LOM, instalados os trabalhos da 7a Sessão Legislativa Extraordinária da XI Legislatura, nos termos do art. 210, 211, 212 do Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre, conforme o Edital de Convocação publicado nos jornais da Capital, por solicitação de S. Exa. Sr. Prefeito Municipal Tarso Genro.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, eu também
não vou engolir. Nós estamos em Convocação Extraordinária. Eu acho até que mais
ordinária do que extra.
O SR. PRESIDENTE: A primeira, V. Exa. concordou; a segunda, informo que recebi. Eu informo a V. Exa. que tinha a mesma dúvida, mas, assessorado pela douta Assessoria Legislativa desta Casa, me submeti a uma interpretação, que depois entendi perfeitamente. Se houver Sessão amanhã, terça-feira, ela é extraordinária, dentro da Convocação Extraordinária. Mas a de segunda-feira ela é ordinária.
O SR. JOÃO DIB: Eu vou aceitar as colocações
de V. Exa.
O SR. PRESIDENTE: Eu informo a V. Exas. que o Plenário está reunido e as Sessões que se realizam consoantes ao artigo 146, às segundas e quartas-feiras, com início às 14h, têm natureza de Sessões Ordinárias.
O SR. JOÃO DIB (Questão de
Ordem): Eu preciso ver qual é o
projeto que se refere à Vila Cosme Galvão. Eu não sei qual é.
O SR. PRESIDENTE: Está na Convocação Extraordinária, mas não está no espelho. Nós, hoje, votaremos o Parecer conjunto.
O SR. JOÃO DIB (Questão de
Ordem): Este
Vereador solicitou vista ao Processo na última reunião e, a lei determina que
tem 24 horas de vista ao processo. Apenas doze horas foram exercidas porque a
partir de sábado o prazo parava de contar porque nós entramos em recesso.
Então, eu tenho vista ao processo, não podia ser incluído pelo Prefeito.
O SR. PRESIDENTE: O prazo de vista começou novamente a zero hora desta segunda-feira.
O SR. JOÃO DIB: Então, nós não estamos mais
em recesso?
O SR. PRESIDENTE: Não. Nós estamos em Convocação Extraordinária e, dentro da convocação, a Casa atua e desenvolve as suas atividades regularmente.
O SR. JOÃO DIB: Eu estou aprendendo na
Câmara. Nós não estamos em recesso?
O SR. PRESIDENTE: Não.
O SR. JOÃO DIB (Questão de
Ordem): Nós
também não estamos convocados extraordinariamente?
O SR. PRESIDENTE: Por estarmos convocados extraordinariamente, não estamos em recesso.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, então qual a
razão da Convocação Extraordinária, se não é recesso?
O SR. PRESIDENTE: Exatamente por nós estarmos na Convocação Extraordinária, trabalhando normalmente, como me auxilia o Ver. Fernando Záchia, deixa de ser recesso.
O SR. JOÃO DIB: V. Exa. há de convir que no
dia 03 de julho, quando a Câmara foi convocada extraordinariamente, nós
estávamos em recesso e não contava prazo nenhum. Quando o Prefeito incluiu aqui
ele me tirou o direito de doze horas. Pode V. Exa. considerar, hoje, como
Sessão Ordinária.
O SR. PRESIDENTE: Não.
O SR. JOÃO DIB: É claro que não.
O SR. PRESIDENTE: V. Exa., hoje, simultaneamente aos demais Vereadores, posto que o Projeto está tramitando em regime de urgência, continua tendo vistas. (ou vista, como prefere o Ver. Elói Guimarães).
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, hoje, vou
até admitir que V. Exa. tenha razão, mas no dia 03 de julho não tinha.
O SR. PRESIDENTE: Mas não estava em vistas.
O SR. JOÃO DIB: Está aqui a Convocação Extraordinária.
Como é que ele pode incluir na Convocação Extraordinária um Projeto que está
com vistas?
O SR. PRESIDENTE: Ver. Dib, eu tenho enorme prazer em dialogar com V. Exa., mas a condição de coordenador dos trabalhos, neste momento, impede-me disso. Já expus as razões da Mesa.
O SR. DILAMAR MACHADO
(Questão de Ordem): Sr. Presidente, examinei a Questão de Ordem do Ver. João Dib e a faço,
igualmente, com base no art. 196 do nosso Regimento.
Mesmo que tenha sido por interferência – e V. Exa. o diz com muita
honestidade – de V. Exa. como Presidente da Casa, eu não entendo qual é o
Requerimento de Renovação de Votação devidamente fundamentado. Apenas tivemos,
na última Sessão Ordinária, um anúncio, se não me engano do Ver. João Dib, de
que traria um Requerimento de Renovação de Votação, o que só pode ocorrer na 1a
Sessão Ordinária, que será, sem dúvida, no dia 10 de agosto
de 1996.
Sr. Presidente, requeiro a V. Exa., em nome da responsabilidade que V.
Exa. e a Mesa Diretora têm com esta Casa e com todos nós, Vereadores, que
retire essa matéria da Convocação Extraordinária. Nós recebemos um espelho em
que está escrito Sessão Legislativa Extraordinária. V. Exa. não pode criar a
figura de que nós estamos numa Sessão Ordinária. Estamos em recesso, e, conforme
o nosso Regimento e a nossa Lei Orgânica, estamos em Sessão Extraordinária.
Esta matéria não pode ser votada; não há Requerimento a ser votado. Por
conseqüência, requeiro a V. Exa. com base no que determina o Regimento da Casa,
que a matéria seja retirada da Ordem do Dia da Convocação Extraordinária da
Câmara Municipal.
O SR. PRESIDENTE: Nobre Ver. Dilamar Machado, quanto a não ter conhecimento do Requerimento, o Ver. João Dib formalizou o Requerimento, e ele está na Mesa dos trabalhos da Convocação Extraordinária. Está à sua disposição com o fundamento que ele entendeu como razoável. Quanto à segunda parte que V. Exa. invoca e a interpretação, recebi esta interpretação da Diretoria Legislativa da Casa.
A Presidência oportunamente vai-lhe responder essa questão, se ratifica essa avaliação ou se reavalia essa posição.
Convidaríamos a Dep. Federal Yeda Crusius, que nos visita nesta tarde,
na Sessão Extraordinária, para integrar a Mesa. Também igualmente o Dep.
Estadual Onyx Lorenzoni.
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Negrinho está
com a palavra em tempo de Liderança.
O SR. LUIZ NEGRINHO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Deputados Yeda
Crusius e Onyx Lorenzoni. É importante a presença dos senhores, hoje, aqui,
para ouvir uma denúncia que farei desta tribuna. Passei a tarde e a noite de
ontem bastante angustiado para que chegasse o dia de hoje e eu pudesse fazer
essa denúncia. É lamentável e trágico a maneira como o Executivo está tratando
os moradores do Motel dos Coqueiros, ali na Vila Grande Cruzeiro. O meu tempo é
muito curto para eu poder contar tudo o que está acontecendo com aquelas 31
famílias, que estão morando lá neste momento. Vejam a barbaridade, e o
Executivo tem conhecimento do assunto, porque lá dentro, descobri ontem, nas
caminhadas que tenho feito na Grande Cruzeiro, que até funcionários da Bancada
do PT moram dentro do Motel dos Coqueiros, militantes do PT fazendo-se de
ocupantes, CCS, com adesivos de candidatos do PT. Quando nós estivemos lá,
naquela oportunidade em que os moradores estavam sendo despejados, passei uma
noite dentro do meu carro, para que aqueles moradores não fossem despejados
pela Brigada Militar. E hoje, depois de os moradores fazerem um mutirão,
reconstruírem o Motel dos Coqueiros, estão jogados em um lado, e de outro lado estão
os apartamentos reformados, 33 apartamentos desocupados.
Eu não consigo entender qual o critério que a Prefeitura está usando
com os moradores do Motel dos Coqueiros. Eu disse a eles, e assumo a
responsabilidade aqui, se os moradores da Sanga da Morte não querem vir para
cá, vocês têm que ocupar, o PT faz muito bem isso, tem que ir lá e ocupar. Não
adianta o Diretor do DEMHAB ameaçar os moradores da Sanga da Morte que não
querem ir para o Coqueiros. Eles não querem ir. E as famílias que já estão lá,
que estão reivindicando há muito tempo, porque construíram, pagaram as dívidas
todas: água, luz. E estão do lado esquerdo jogados como animais. Vou mandar uma
equipe gravar para mostrar para vocês, como aquele pessoal está lá. Os
militantes pediram para eu não falar nada, porque não querem botar política no
meio. Ora, como não meter política? Vendo aquelas crianças jogadas, sem
coberta! Essa é a mapeação que o PT faz? Basta observar e ver que estou falando
a verdade. Esse é o PT que está ai. Após passar pelo Motel dos Coqueiros não
tive condições psicológicas de continuar minha caminhada pela Nossa Senhora do
Brasil. Fui para casa porque entrei em alguns apartamentos e é um absurdo a
situação daquelas famílias e, à frente deles, 33 novos apartamentos. E eles lá,
jogados como animais. Eu disse a eles que se eles não tiverem uma resposta do
Executivo em uma semana, que invadam que eu assumo essa responsabilidade. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Edi Morelli está com
a palavra em tempo de Liderança.
O SR. EDI MORELLI: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, Dep. Yeda Crusius, Dep. Estadual Onyx Lorenzoni, eu vou trazer mais
uma vez o assunto a esta tribuna. A invasão feita numa esquina da Av. Macedônia
com a Nísia Floresta, na Restinga, onde tinha uma pedra com uma placa de
inauguração da primeira unidade. Essa invasão foi feita por um funcionário do
DMLU há mais de dois meses. A parte fronteira, vou explicar novamente, é uma
área destinada a circo e parques de diversões. Ali foi instalado pelo DEP ou
SMOV uma fossa, foi instada água. Esse cidadão, que invadiu, abriu um buraco em
volta, retirou a fossa e colocou lá, no terreno que invadiu. Uma
retroescavadeira da Prefeitura foi lá tapar o buraco. Ele puxou água, fez um
valo na rua, atravessou a rua e puxou para o terreno invadido. O que acontece?
Pergunta-se para o DEMHAB; ele está aguardando a decisão da Justiça para a
reintegração de posse. Isso é coisa que eles conseguem em 24/48 horas, quando
querem. Aí a Câmara é convocada extraordinariamente para votar a regulamentação
de áreas invadidas.
Tão logo o circo saia daquela área e o cidadão continue invadindo a
área, eu vou coordenar uma invasão naquela área. Ver. Mário Fraga, Reginaldo
Pujol, Artur Zanella, que têm o seu eleitorado na Restinga, eu tenho certeza de
que vocês não concordam com esse privilégio.
A desculpa de aguardar a decisão da Justiça é esfarrapada. O cidadão já
colocou um poste de concreto para ligação de luz, o que não vai demorar muito
para conseguir.
Não adianta convocar a Câmara para regularizar áreas invadidas, quando
o próprio PT, através do DEMHAB, negligencia invasões de áreas, quando os
invasores são da Prefeitura. Já houve outra invasão na parte detrás, a casa já
está sendo construída, ocupando a parede do vizinho. O DEMHAB diz que não pode
fazer nada, porque ele cercou o terreno que invadiu. O que é isso?
Que desculpa mais besta podem dar para um caso como esse, Ver. Henrique
Fontana. Não retiraram o cidadão porque ele cercou, colocou três fios de arame,
mas, então, espera um pouquinho, vão invadir a parte fronteira, assim que o
circo sair de lá e vamos colocar uma cerca em volta porque aí não pode retirar
ninguém. Faz mais de quinze dias que eu venho conversando aqui na Casa com o
Líder da Bancada, Ver. Henrique Fontana, tenho conversado com o Sr. Adaucto e
as desculpas são sempre as mesmas: estamos aguardando a decisão da Justiça, de
reintegração de posse. É amigo do rei, Ver. Dib, por isso que a coisa fica
assim. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Nós, nesta oportunidade,
por ocasião desta Convocação Extraordinária desta Casa, nós temos a imensa
satisfação de receber a Deputada Federal Yeda Crusius, Candidata à Prefeitura
de Porto Alegre, pela Aliança PSDB, PL, PSC, e também registrar com satisfação
a presença do Candidato a Vice–Prefeito por essa aliança, Deputado Estadual
Onyx Lorenzoni. Passamos a palavra ao Ver. Antonio Hohlfeldt que, em nome da
Casa, fizesse a saudação à Deputada Yeda Crusius e o Deputado Onyx Lorenzoni.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Por uma questão de
respeito, eu quero repartir esse tempo ao meu Companheiro Reginaldo Pujol,
afinal de contas somos os dois representantes formais na Casa de Partidos que
estão na união por Porto Alegre. Quero, dirigindo-me ao Sr. Presidente da Casa,
à Deputada Yeda Crusius, ao Companheiro Onyx Lorenzoni, a todos os Senhores
Líderes de Bancadas da Casa, registrar, antes de mais nada, o clima de debate
sempre acirrado que o Plenário da Câmara de Vereadores apresenta e, por outro
lado, um clima de respeito democrático e convivência democrática que temos aqui
quotidianamente, exemplificada, inclusive, como os Senhores Vereadores, de
diferentes Partidos, saudaram à Deputada e o Deputado nesta nossa chegada, como
tem feito com outros companheiros que são candidatos. Foi quando esteve aqui a
Deputada Maria do Carmo e outros candidatos que aqui estiveram, inclusive o
Vice–Prefeito licenciado Raul Pont, e outros companheiros.
Esta Casa tem uma história muito bonita, da qual pessoalmente me
orgulho de estar aqui há quatorze anos, representando, num primeiro momento, o
Partido dos Trabalhadores. Aqui se construiu uma primeira Bancada e, hoje,
enfrento o mesmo desafio que é o de construir também a Bancada do PSDB – dos
Tucanos. Por vezes, temos choques às vezes até duros, com discordâncias
profundas na época do então Prefeito João Antonio Dib, porém, a amizade e o
companheirismo que compartilhamos aqui na Casa, de que me orgulho, é o atestado
de que mesmo ocorrendo esses choques, foram com respeito, amizade e com
reconhecimento de que cada um estava buscando o bem da Cidade, embora talvez
sob enfoques diferentes.
A companheira terá aí um desafio grande: três meses praticamente de
campanha, juntamente com outros candidatos, ao final do que, estaremos chegando
a uma segunda etapa final até termos a definição de um novo prefeito da Cidade
de Porto Alegre. Um prefeito que trará, evidentemente, idéias novas e ao mesmo
tempo, deverá reparti-las com outros 33 Vereadores, creio que muitos dos quais,
estarão aqui novamente no ano próximo. Muitos estarão chegando pela primeira
vez, ou quem sabe até se estarão retornando depois de uma interrupção de
mandatos, mas estarão de toda a maneira representando segmentos diferentes da Cidade.
Cada um de nós, durante essa campanha, os candidatos à Prefeitura de um
lado e os candidatos a Vereadores de outro, estaremos enfrentando o desafio de
trazer as nossas idéias e as propostas que devem ser colocadas na Ordem do Dia
dos debates para a opção dos eleitores, num primeiro momento, no dia 03 de
outubro.
Portanto, o meu carinho e minha saudação à companheira Yeda Crusius e
ao companheiro Onyx Lorenzoni que formam a união por Porto Alegre. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Sr.
Reginaldo Pujol Comunicação de Líder.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, todos sabem que sou muito tímido para chegar na tribuna, daí a gentileza do meu companheiro de jornada, Ver. Antonio Hohlfeldt, o que se constituiu, de certa forma, uma demasia porque, indiscutivelmente, ele já fez os registros que deveriam ser feitos, assinalando a satisfação de receber aqui a candidata a prefeita Deputada Yeda Crusius, e o companheiro Dep. Onyx Lorenzoni. Espero seja o início de uma série de presenças a essa Câmara pois tenho esperança de vê-los eleitos em 3 de outubro e passar para o segundo turno para dirigir a Cidade de Porto Alegre com a visão que a União por Porto Alegre está colocando perante o esclarecido eleitorado de Porto Alegre.
Pessoalmente é uma satisfação muito forte para mim, especialmente porque essa visita se dá num dia em que se ouve clamores, justificados, em cima de um dos maiores problemas desta Cidade, que é o pedaço de chão pelo qual os porto-alegrenses, em grande maioria, pugnam nos últimos tempos, sem oportunidade concreta de realizá-lo. Obviamente se V. Exas., minha cara Prefeita, e meu caro Vice-Prefeito, ouvirem o Legislativo de Porto Alegre, como tenho esperança de que venham a ouvi-lo na condição de eleitos desta Cidade, já sabem que nós passamos aos futuros dirigentes do Município, com uma prioridade especial, a nossa preocupação com a gente humilde, gente pobre, que no desespero pugna por um pedaço de chão nesta Cidade, às vezes cometendo verdadeiros equívocos como o Vice-Presidente desta Casa teve oportunidade de denunciar ainda na tarde de hoje.
Sejam bem-vindos entre nós, a mim só me resta abrir o meu coração e
ouvi-los com atenção. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Temos a honra de receber
nesta tarde os candidatos a Prefeito e o Vice-Prefeito, respectivamente, Yeda
Crusius e Onyx Lorenzoni. Manifestamos o compromisso desta Casa com a
democracia e com a visão plural que temos de sociedade que está sempre presente
no Plenário desta Casa.
O Deputado Onyx Lorenzoni está com a palavra.
O SR. ONYX LORENZONI: Saúdo a todos os Vereadores
desta Cidade que tanto amamos. O reconhecimento da comunidade de Porto Alegre,
pelo trabalho qualificado feito por esta Legislatura, pelo brilhantismo que
houve durante este período. A nossa proposta de trabalho para Porto Alegre virá
centrada, acima de tudo, no diálogo, na busca do entendimento e na busca da
construção. A qualidade de vida tão apregoada por todos nós e, com justo
orgulho, é resultado de sucessivas administrações e de sucessivos
porto-alegrenses de coração e de nascimento que, ao longo do tempo, construíram
essa qualidade.
O nosso trabalho, a nossa proposição para Porto Alegre será para a sua
manutenção, sua ampliação e, principalmente, em dar condições para que, no
próximo milênio, aqueles que vierem depois de nós, possam continuar tendo o
orgulho de viver na melhor Cidade do Brasil. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Deputada Yeda Crusius está com a palavra.
O SRA. YEDA CRUSIUS: (Saúda os componentes da Mesa.) Esta Casa merece de mim o maior respeito, pela história que dela conheço e pelo acompanhamento que dela faço. Eu já vim a esta tribuna, não para falar aos Vereadores, ou para dizer o por quê desse novo desafio que Onyx e eu resolvemos enfrentar, mas, sim, porque é uma Casa aberta, aberta mesmo, é a Casa preferida do PSDB, para realizar aqui suas convenções, os seus debates. O que esta Casa traz, e nos faz reproduzir, é o profundo respeito que temos pela história daqueles que conseguem ser os povos mais civilizados. Quando nós falamos em democracia, falamos nesta democracia que, a partir de um documentário que, ontem, via, através da TV Educativa, a respeito da queda do Muro de Berlim, em 1989. Minha filha, muito impressionada, diz: “Mãe, continuo a ter o mesmo tipo de emoção, quando vejo que do de lá há lugares que não conhecia, pessoas tão distantes da gente, eles pediam por democracia, pediam por eleições livres, diretas e rápidas”. Pois são as eleições que permitem à população fazer as suas escolhas. Se a sociedade é estruturada da maneira mais livre possível, faz as suas escolhas, tem a oportunidade de renovar, reproduzir, criticar e sempre evoluir. A história dos povos civilizados é a história de uma renovada e continuada democracia, que, aqui, nesta Casa, que tem todo o meu respeito, assim como eu quis, por oportunidade que o Rio Grande do Sul me dá de atuar num Legislativo, a partir de Brasília para realizar, quem sabe, mais uma etapa, mais um degrau – dos tantos degraus que são necessários – de uma democracia viva e representativa que temos há muito tempo, poder transformar isso numa sociedade, numa economia com menos disparidades. Isso só se faz através do contínuo trabalho que os poderes que formam a República, os poderes que formam o Município e o Estado são capazes de fazer. O respeito às Casas Legislativas é o primeiro ponto da nossa união.
Quero dizer que nos unimos, os sociais-democratas do PMDB – o Ver. Reginaldo Pujol gosta de dizer que é União Liberal –, nós nos unimos para mostrar um Projeto alternativo novo para Porto Alegre, em que o plural é a determinação. Aí, refiro-me às palavras do Vereador-Presidente, Isaac Ainhorn, que me precederam: “A democracia exige pluralidade, reconhecimento das diferenças e respeito às diferenças”. E a União por Porto Alegre, a soma desses cinco partidos da União Liberal com o PSDB, tem, exatamente, por mostrar esse Projeto, por isso escolhemos que o nosso nome seria “União por Porto Alegre”.
O Ver. Reginaldo Pujol falou da sua timidez, ele não pode imaginar o quanto tímida eu sou, e o quanto uma tribuna nos libera da timidez, assim como o Ver. Antonio Hohlfeldt colocou preliminarmente: “Quando trabalhamos para o público, quando a gente faz da vida da gente, crescentemente, uma parcela dela voltada para o público, e temos a oportunidade que a vida nos dá de fazer isso. Então, é a oportunidade que, aqui, trazemos à Câmara de Vereadores para dizer que, em primeiro lugar, a sociedade, como eu a vejo, exige um tipo de democracia que é a representativa; esta tem que ser respeitada em primeiro lugar e cada um dos Vereadores presentes é um representante da população de Porto Alegre, assim como nós, quando formamos a Bancada Federal, em Brasília, somos os representantes dos gaúchos que elegem Câmara e Senado para ali mostrarem sua forma de trabalho, ali levarem suas reivindicações e fazerem parte da história, como fazem – de uma maneira ímpar – todos aqueles que, a partir do Rio Grande do Sul, escolheram colocar parte da sua vida privada na vida pública, através das Câmaras Legislativas.
É por isso que o nosso Projeto está lançado, é um Projeto que tem o título “Viva Melhor”. É aquele que reconhece – como o nosso Onyx acabou de dizer – que aqui nós vivemos bem, sim, no Rio Grande do Sul, comparativamente ao resto do Brasil. Indicadores de toda a ordem nos mostram isso, apontam por números. Mas nós podemos viver muito melhor. E a responsabilidade daqueles que fazem da sua vida a vida pública é mostrar o quanto e o que se pode fazer de melhor.
Eu ainda tenho tempo? (Assentimento do Sr. Presidente.) Que bom! O mesmo respeito eu vou dar aos outros, Presidente Isaac, não tentando usar os cinco minutos, sendo breve e não roubando desta Sessão Ordinária de uma Convocação Extraordinária, o trabalho que vocês têm que fazer durante esse período.
Mas o que quero dizer é que nós vamos propor, na nossa união por Porto Alegre, a formação de conselhos comunitários de qualidade. Eles, em nenhum momento, na sua concepção, sobrepõem o trabalho que a Câmara de Vereadores de Porto Alegre faz e tem essa responsabilidade de fazer e o tem feito muito bem. O Executivo que pretendemos ser, o Onyx e eu, vai chamar a participação da comunidade para ela atuar, como interlocutor, em etapas que precedem a proposição de legislaturas, a proposição de projetos de lei, junto à Câmara de Vereadores, a partir do Executivo, a partir da sociedade ou a partir da própria Câmara propriamente dita.
Então, a nossa proposta de administrar de maneira participativa, plural e descentralizada, implica que criemos juntos, Câmara de Vereadores e Executivo, essa nova entidade regionalizada por bairros, chamada conselhos comunitários de qualidade, experiência vencedora nas sociedades livres e estabilizadas, estabilizar bem além disso, em termos de distribuição, do que é nosso, entre todos os parceiros da sociedade.
Eu agradeço a paciência. Peço desculpas pela interrupção. Mas tenho certeza de que hei de segui-los, não apenas até o fim do ano, mas com o projeto plural e participativo que nós vamos apresentar, estaremos juntos a partir de 10 de janeiro do ano que vem, aqui. Muito obrigada. (Palmas.)
(Não revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: Nós queremos, mais uma vez,
agradecer a presença dos representantes da Chapa União por Porto Alegre,
Deputada Federal Yeda Crusius, Deputado Estadual Onyx Lorenzoni. Reiteramos a
importância da visita de V. Exas. nesta Casa, já como uma manifestação da
importância do mais que bicentenário, Fórum, que é o Legislativo da Cidade de
Porto Alegre. Nós desejamos a V. Exas. um belo trabalho, uma boa campanha. Nós,
agora, faremos entrega, na Sala da Presidência, de alguns documentos que V.
Exa. havia solicitado, como a cópia da primeira parte do Plano Diretor, que já
se encontra tramitando na Casa, e do Código de Proteção ao Incêndio da Cidade
de Porto Alegre, Código Municipal da Saúde e tantos outros instrumentos que
tramitam nesta Casa, assim como a Lei de Diretrizes Orçamentárias, que será
votada no dia 12 de agosto. No início do mês de agosto, teremos, por iniciativa
da Comissão de Finanças e Orçamento, o conjunto de Audiências Públicas,
tratando de definir as bases desse importante instrumento, que é a Lei de
Diretrizes Orçamentárias.
Nós vamos suspender por cinco minutos os trabalhos, para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 15h.)
O SR. PRESIDENTE (às
15h03min):
Com a palavra o Ver. João Dib, tempo de Liderança.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, João Alves, Ângelo Calmon de Sá, Magalhães Pinto, PROER são nomes
citados, e eu pediria a atenção de todos os Vereadores porque nós fomos
enganados num determinado momento e hoje, estamos sendo capazes de ser
enganados, ou pelo menos há uma nova tentativa do Executivo Municipal de enganar.
Há aqui uma Comissão Especial tratando do Jardim Leopoldina, da qual eu me
neguei a participar, apenas compareço e já registrei em ata que era contrário
ao que estava acontecendo, mas no dia 24 de agosto de 1994 entrou um Projeto de
Lei nesta Casa. Lembro-me de João Alves, do Ângelo Calmon de Sá, Odebrecht e de
outros tantos que superfaturam. Entrou um Projeto de Lei nesta Casa que estava preocupado com a massa falida da
empresa Guerino S.A. e diziam ilustre Prefeito que houve maciça ocupação por
milhares de pessoas empobrecidas, mas que serão mais empobrecidas porque o
Executivo Municipal agiu de uma forma meio estranha.
O SR. NEREU D’ ÁVILA
(Questão de Ordem): Eu pergunto, em que tempo o Ver. Dib está falando?
O SR. PRESIDENTE: Em tempo de Liderança.
O SR. NEREU D’ ÁVILA
(Questão de Ordem): Sr. Presidente, quando fui me inscrever em tempo de Liderança, V. Exa.
me disse que eu era logo após ao Ver. Luiz Negrinho. Depois, já falou o Ver.
Edi Morelli, o Ver. Pujol e mais 30 Vereadores. Eu quero saber se a Bancada do
PDT está sendo discriminada ou a lista de V. Exa. está equivocada. Peço
respeito!
O SR. PRESIDENTE: Peço desculpas.
Efetivamente, V. Exa. havia me solicitado tempo de Liderança, eu não havia
notado e entendi que V. Exa. não tinha interesse em usar esse tempo. Já íamos
entrar na Ordem do Dia, quando o Ver. João Dib solicitou tempo de Liderança, o
que foi concedido. Estou agora inscrevendo V. Exa.
O SR. NEREU D’ ÁVILA: Não há necessidade,
Vereador.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, o Prefeito disse
que houve maciça ocupação por milhares de pessoas empobrecidas e não vi a
Comissão de Proteção do Consumidor estar envolvida nesse processo. Mas há um
envolvimento estranho. Todos sabemos o que é o Custo Unitário Básico da
Construção Civil: é o custo do metro quadrado de uma construção normal.
Na realidade, Sr. Presidente, foi uma vigarice! Não posso ter
paciência. Um interveniente avaliou em 1,2 CUB o m2 da construção de
uma obra que não estava terminada. Se quiserem que eu fale assim, vou falar.
Talvez assim me ouçam, porque falando com serenidade não dá. A própria
METROPOLITAN informou ao Ver. Milton Zuanazzi, embora não esteja assinado, que
os apartamentos estavam avaliados em 0,6 CUB o m2. Qualquer
engenheiro sabe que não pode ser 1,2 CUB. São vinte e sete milhões de reais,
cuja solicitação chegou no dia 24 de agosto e saiu no dia 2 de setembro, com
parecer igual ao que se deu em todos os processos que estão hoje na Ordem do
Dia desta convocação muito mais ordinária do que extra. Isso não é convocação
que se faça. Nós, todos os Vereadores, com um parecer do nobre e eminente Ver.
João Verle – em quem confio -, assinamos que estava certo. Mas ninguém deve ter
lido que o Executivo iria pagar para a Construtora Guerino. Aí lembro o João
Alves, Calmon de Sá e de todos os outros que são citados, aqui na tribuna, pelo
PT. Aqui foi roubado o dinheiro do povo de Porto Alegre, mas, mais do que isso,
foi roubado dinheiro daqueles pobres–coitados, que na Exposição de Motivos do
Sr. Prefeito estavam lá, houve maciça ocupação de milhares de pessoas
empobrecidas, e ainda mais agora; 0,6 CUB o metro quadrado. Nós, 33 Vereadores,
autorizamos a pagar 1,2. Claro que esta autorização não está liquidada; existe
ação popular, existe o Ministério Público, e vamos às últimas conseqüências. O
Parecer do Ver. João Verle nem dizia ser legal, aliás, diz ser legal e
regimental pela tramitação, mas não tem análise. Votamos aqui e não estavam nem
prontas. O DEMHAB terá habite-se das unidades adquiridas no estado em que se
encontram, a fim de viabilizar a imediata comercialização dos imóveis, com
ocupação consolidada. Nós estamos fazendo a mesma coisa aqui e agora. Três
vigarices mais colocadas. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Nereu D’ Ávila está
com a palavra, em Comunicação de Liderança.
O SR. NEREU D’ ÁVILA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, por ocasião de uma
das últimas discussões nesta Casa a respeito dos cargos que assessorarão a
vinda do Plano Diretor para esta Casa, eu dizia que os últimos projetos votados
por essa Casa foram arrolados pelo Sr. Líder do PT, Ver. Henrique Fontana, e
que nós docilmente assim o fizemos. Agora, novamente aqui estão: 5 projetos do
interesse do Executivo e um que, sem o consenso das Lideranças, sem consulta nenhuma,
foi colocado aqui à revelia do Regimento – será a primeira vez em que se votará
requerimentos de Renovação de Votação em Convocação Extraordinária – então,
quando discutimos que a Câmara Federal vai ganhar 16 milhões, 28 milhões, que a
Assembléia vai ganhar não sei quanto, mas eles não têm eleições em 3 de
outubro, nós temos. E nesta Casa não ganhamos pela Convocação Extraordinária.
Penso que é um absurdo o Poder Executivo querer usar nós todos aos seus
interesses para ganhar a eleição na Cidade de Porto Alegre. Deixei um recado no
gabinete do Líder do PT, Ver. Henrique Fontana, para que fossem incluídos
outros projetos, como de resto é praxe nesta Casa nas convocações
extraordinárias que cada Bancada colocasse um projeto, no mínimo, na relação das
matérias da convocação para que o Legislativo não ficasse de joelhos ao
Executivo. Não recebi resposta do gabinete do nobre Líder do PT. Não havia
interesse do Executivo a não ser para que nós fiquemos três dias votando
matéria de interesse dele e do seu Líder, que pauta, aqui, o que nós temos ou
que não temos que fazer. E esta Casa docilmente assim tem se colocado.
Eu espero que desta vez a Casa não se submeta a tamanha humilhação de
nos últimos dias antes do recesso só votar o que o nobre Líder Henrique Fontana
colocou na Pauta. Agora, são cinco projetos de exclusivo interesse do
Executivo.
Eu disse um programa de televisão junto a dois deputados, um do PPB e
um do PMDB, que estavam sendo criticados pelo pagamento da convocação
extraordinária, e o Ver. Antonio Hohlfeldt estava presente, que, no fundo, bem
no fundo, a indignação popular e certas críticas constrangem de tal modo e
tornam de tal modo espúrio o dinheiro recebido extraordinariamente que a
convocação deve ser remunerada; tanto os deputados estaduais como os federais
deviam fazer como nós, dispensar o pagamento da convocação extraordinária.
Agora, isso não quer dizer que nós tenhamos que vir
extraordinariamente, sempre, para votar matéria de exclusivo interesse do
Executivo. Por quê? Porque há muitos projetos importantes, nesta Casa, de
Bancadas diferentes da do PT que poderiam ser considerados e incluídos na
convocação. Como eu já disse, sempre foi praxe nesta Casa que se colocasse um
projeto por Bancada e eu fiz este pedido ao nobre Líder do PT. Se ele não
recebeu o recado, é problema da sua assessoria.
(Aparte
anti-regimental do Ver. Henrique Fontana.)
O SR. PRESIDENTE: A Mesa esclarece que não
são permitidos apartes, Ver. Henrique Fontana, pois o Ver. Nereu D’ Ávila fala em tempo de Liderança.
O SR. NEREU D’ ÁVILA: Então, eu estranho que esta Casa seja convocada sem
que as Bancadas sejam, pelo menos, consultadas a respeito do interesse ou não
de incluir matéria importante. Não são só projetos de desafetação já concluídos
pelo Poder Executivo que precisam da votação desta Casa para, em seguida, se
fazer demagogia e levar todos os Vereadores para sair em fotos, dizendo que
mais uma obra está sendo realizada na Cidade, sempre às custas da nossa
docilidade, da nossa subserviência.
Quanto ao último item, eu lamento que tenha sido incluído também sem
consultar as Lideranças e que está fora do Regimento, porque só pode ser votado
esse Requerimento em Sessão Ordinária. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está
com a palavra, para Comunicação de Liderança.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, nós iniciamos hoje esta convocação extraordinária, decorrente do
edital de convocação, hábil e tempestivamente, comunicado pelo Sr. Prefeito
Municipal na imprensa, conforme estabelecem as regras legais pertinentes.
É evidente que, neste ano eleitoral e considerando o período
pré–eleitoral, todas as situações que se colocam nesta Casa, que é uma Casa
eminentemente política, ensejam e permitem alguns posicionamentos, que
precisam, em determinadas circunstâncias, ser dimensionados.
Nós vemos aqui, hoje, uma grande tempestade em função da inclusão, na
Pauta da Convocação Extraordinária, do Requerimento de Renovação de Votação n0
1816/96, referente ao Projeto de Resolução da Mesa Diretora da Câmara Municipal
nº 18/96. O Presidente da Casa já teve oportunidade de colocar a todos os
integrantes da Mesa que essa inclusão se deve a um pedido expresso seu, de que
tal ocorresse, para que não paire dúvida da eventual invasão da esfera de
competência, tutelada pela omissão, por parte dos integrantes da Mesa Diretora
da Casa. Discute-se a conveniência, a retidão, a correção da circunstância
desse Requerimento estar colocado na Convocação Extraordinária. Esse Requerimento
não pode ser olhado isoladamente. Não se trata de um requerimento simples,
comum. Ele envolve uma série de situações. Nós não podemos querer fechar os
olhos para algumas realidades da Casa. Nós tivemos os derradeiros momentos do
semestre legislativo que se expirou, aprofundadas as discussões a respeito
desse Projeto de Resolução, que redundaram na aprovação do mesmo com os
protestos de alguns companheiros nossos que, legitimamente, sentem-se
inconformados com essa decisão.
O que ocorre é que hoje existe, em pleno vigor, um projeto de resolução
que produz efeitos que se pretende ver retardado, através do expediente
legítimo de se requerer a renovação de votação, patrocinados por um dos mais
ilustres vereadores da Casa e agasalhado, sem dúvida, por aqueles que lhe
acompanharam nas votações em que não houve uma decisão que acompanhasse a
posição minoritária na Casa, naquela circunstância.
Eu acho que nós não podemos ficar numa discussão, absolutamente
inconseqüente, a respeito da permanência ou não desse Requerimento de renovação
de votação na Pauta da Convocação Extraordinária. Eu quero dizer a V. Exa., Sr.
Presidente, como integrante da Mesa, que se V. Exa. entender de convocar a Mesa
para discutir esse assunto, eu serei um daqueles que está ao seu lado,
justificando qualquer uma das posições a ser assumidas e, até mesmo, se
necessário, a solicitação da exclusão desse Requerimento, que eu não vejo
nenhuma situação incorrigível de equívoco de processamento legislativo na sua
inclusão, mas, que não posso permitir – e é isso que quero colocar – que
fiquemos aqui – convocados extraordinariamente – discutindo esse único assunto
que não é o mais relevante da Pauta. Não vamos ficar defendendo
inconformidades.
Sr. Presidente, na minha posição de Líder de Bancada de um só Vereador,
mas com a responsabilidade de quem sempre deixa claras as suas posições, quero
dizer o seguinte: não há como tapar o sol com a peneira. O Requerimento de
renovação de votação, Ver. Edi Morelli, tem o claro objetivo de criar uma procrastinação
à vontade manifestada pela decisão da Casa. V. Exa., como eu, entendia até que,
se necessário, nós pudéssemos considerar a hipótese de que alguém entendesse de
renovar a sua posição numa nova votação. Por isso, eu, pessoalmente, concordava
com que estivesse aqui esse Requerimento. Mas, se isso cria uma polêmica tão
grande, deixe-se de fora isso, e vamos trabalhar sobre o restante da
convocação, que é importante e que tem que justificar uma discussão
aprofundada, muito maior do que ser de acordo ou não com o Regimento. Isso,
para mim, é perfumaria nessa convocação. É muito mais importante o restante que
está na Ordem do Dia.
Agora, não se diga, depois, que nós estamos atropelando a vontade dos
integrantes da Casa que desejam ver revista uma posição e que nós estamos
concordando com que ela seja revista. Se não querem agora, esperem para quando
for possível, mas não se queixem, depois, dos efeitos que o “não querer” possa
provocar em função da ausência de posicionamento da Casa, agora e já. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Henrique Fontana,
está com a palavra para uma Comunicação
de Liderança.
O SR. HENRIQUE FONTANA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, faço uma
Comunicação de Liderança, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, para
deixar claro que há um mal-entendido nas colocações feitas, desta tribuna, pelo
Ver. Nereu D’ Ávila. Quero colocar que a nossa Bancada, nobre Presidente Isaac
Ainhorn, não tem nenhuma objeção em avaliar, discutir e votar qualquer projeto
de autoria de algum vereador desta Casa. Aliás, participamos, ativamente, de
todas as Sessões durante o primeiro semestre, mantendo quórum nesta Casa e
dispostos a avaliar qualquer projeto.
Segundo o Ver. Nereu D’ Ávila chega ao ponto de dizer que esta
Liderança, Ver. Henrique Fontana, teria responsabilidade pelo fato de que a
Convocação Extraordinária não traz projetos de interesse de Vereadores.
Quero colocar que o nobre Presidente desta Casa, da mesma forma, em
contato com a Prefeitura, com o Executivo Municipal estabeleceu a entrada, de
comum acordo, de um projeto que visa a avaliar ou não a renovação de votação de
uma matéria, e poderia ter colocado outros projetos. E esta Liderança, Ver.
Nereu D’ Ávila, estava disponível para participar de qualquer reunião de
Liderança. Agora, não me consta que possa responsabilizar a Liderança do PT por
um, dois três projetos que não estão na Convocação Extraordinária. Até parece
que vetamos a entrada de algum projeto aqui; ao contrário, estamos aqui para
dizer, publicamente, desta tribuna, que se for da vontade da maioria da Casa e
da maioria das Bancadas podemos adendar a esta Convocação Extraordinária novos
projetos. Não temos nada contra. O que tínhamos obrigação de fazer, aí, sim,
com a responsabilidade do Executivo Municipal, era de sugerir a Câmara de
colocar na Convocação Extraordinária aqueles projetos que, por diversos
motivos, são considerados prioritários e fundamentais para a Cidade,
independente da posição de mérito de um Vereador ou outro, que respeitamos democraticamente, pois cada um vai aqui
expressar a sua opinião contra ou a favor de determinado projeto. Mas não é
justo nem correto dizer que uma Pauta destas seja de interesse do Executivo
Municipal. Não, aqui existem projetos de interesse da Cidade que os Vereadores
vão avaliar de acordo com a sua vontade.
Quero reiterar, Vereador, que, quando recebi o seu recado, não havia
tempo para alterar a convocação, porque foi sexta-feira, e na sexta-feira à
tarde não estava na Casa, estou no posto de saúde onde trabalho. Então, não
havia tempo de entrar em contato com V. Exa.
Agora, estamos abertos a colocar qualquer projeto, se for do interesse
dos Vereadores, adendar, fazer outra convocação. A Bancada do PT não se nega a
discutir, nem votar qualquer projeto de nenhum Vereador . Só para que transite
em julgado esta visão, porque não é a nossa posição. Queremos ter uma
convocação extraordinária que avalie com tranqüilidade os projetos que estão em
Pauta, e que se adende outros, se for da vontade dos Vereadores. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Fernando Záchia está com a palavra para
uma Comunicação de Liderança.
O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, são 15h30min e nós ainda não entramos na discussão do motivo da
convocação. Discute-se, referente ao Requerimento de renovação, se deveria ser
somente na primeira Sessão Ordinária, após o recesso, no início de agosto.
Discordo disso, mas foi uma decisão do Plenário que, na última Sessão Ordinária
do primeiro semestre, no final de junho, decidiu pela aprovação de um Projeto
de Resolução da Mesa, da criação dos cargos. Naquele momento, o Ver. João Dib
dizia que na primeira Sessão Ordinária ele entraria com uma solicitação de
renovação, exatamente como diz o Regimento e como deve ser feito: na Sessão
Ordinária seguinte vai entrar com uma renovação. Naquele momento, o Presidente
da Casa dizia que não faria nenhuma nomeação, mas a decisão do Plenário estava
em suspenso, porque um Vereador da Casa levantou a possibilidade de, 30 dias
após, entrar com uma solicitação de renovação. E todo o trabalho feito pelos
Vereadores, que foi amplamente discutido e, queiramos ou não, democraticamente
temos que acatar o que a maioria decidiu naquele momento, é desconsiderado.
Entendo que foi aí que cometeu-se o erro, Ver. João Dib. Foi decidido,
foi aprovado; bom ou ruim, certo ou errado, faça-se o que foi majoritariamente
aprovado par ser feito. V. Exa. tem o direito da renovação na Sessão seguinte.
Se temos, Ver. José Valdir, um Regimento que diz que deve ser feito na primeira
Sessão Ordinária, só será, então, em agosto. Essa é a regra do jogo. Vai ser
feito em agosto, só que entendo que as nomeações deveriam ser feitas em julho.
É uma decisão do Plenário. O Regimento é bem claro e diz que o Vereador só pode
entrar com uma solicitação de renovação na Sessão Ordinária posterior.
Errou o Presidente quando, naquele momento, disse que iria deixar em
suspenso, pois a maioria tinha decidido o contrário, nós temos que acatar e
respeitar o que a maioria decide. Entendo, e concordo, também, com o Ver. Nereu
D’ Ávila, quando diz que é praxe nesta Casa – eu não tenho a experiência da
maioria dos Vereadores desta Casa – sempre nos recessos serem negociados os
projetos que são votados nas Sessão Extraordinárias. Entendo que esses projetos
que estão aqui são importantes, mas outros também são importantes, não de
iniciativa do Executivo, mas do Legislativo, e estão trancados, não estão
tramitando. Nós estamos aqui trabalhando somente para a Cidade, na visão do
Executivo e na visão do Legislativo. Eu tenho um processo meu, Ver. José
Valdir, que um Vereador da sua Bancada está há 37 dias sentado em cima, na sua
Comissão.
Na visão deste Vereador, é um projeto importante para a Cidade, e
queria que já tivesse sido votado ou, ao menos, estivesse em tramitação. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Ver. Raul Carrion está com
a palavra, em Comunicação de Liderança.
O SR. RAUL CARRION: O Sr. Presidente, Srs.
Vereadores. A Bancada do PC do B, vem trazer a sua opinião dentro deste debate,
colocando em primeiro lugar que o que se deve examinar, não é seus projetos que
estão em votação são do interesse do Executivo, e se algum projeto que seja de
interesse de tal ou qual Vereador, de tal ou qual Bancada, não foi colocado na
Ordem do Dia.
Nós entendemos que, colocado assim, é falsa a discussão. O que deve vir
para a Ordem do Dia são os Projetos de interesse da Cidade. E não de interesse
deste Vereador desta Bancada, ou do Executivo ... E a Bancada do PC do B,
dentro desta visão, que dizer que os 3 projetos pelo menos, de desafetação de
área para efeito do direito real de uso do solo, são de interesse da Cidade.
Portanto, por si só se justificam. Em segundo lugar, com relação ao
Requerimento do Ver. João Dib, discordamos frontalmente desta medida
protelatória, que jogou para agosto uma decisão desta Casa, com grave prejuízo
para o trabalho desta Casa a partir do efeito suspensivo; mas queremos dizer
que o Regimento quanto ao Requerimento (art. 196 parágrafo 2) é claro: “Será
apresentada na Sessão Ordinária seguinte à votação da matéria”. Portanto não
cabia sequer haver sido colocado na convocação extraordinária por estar
transgredindo o nosso Regimento. Apesar de ser frontalmente contrário ao
Requerimento do Ver. João Dib, é anti–regimental apreciá-lo em uma Sessão, em
uma convocação extraordinário.
Por fim, gostaríamos de nos referir ao Jardim Leopoldina II, que Ver.
João Dib traz à baila, fazendo uma analogia com à desafetação das três áreas.
Queria dizer que essa analogia é incorreta, mas dizer que temos grandes
preocupações com a forma que vem sendo conduzida a negociação do Jardim
Leopoldina II.
Quanto à questão dos contratos do Jardim Leopoldina II, gostaria de
dizer que, efetivamente, na votação da referida Lei n0 7493
não houve um estudo acurado por essa Câmara que está causando prejuízos para os
moradores. Mais do que isso, hoje haverá uma reunião na SMED numa tentativa de
forçar os moradores a assinarem um contrato pouco estudado. Eu gostaria de
convidar os Vereadores que poderem estar presentes hoje dizendo que,
infelizmente, não poderei estar presente hoje à noite. O contrato assinado pelo
DEMHAB, em agosto de 1995, foi no valor de R$ 27.678.206,00; hoje, somados os valores que são cobrados
dos moradores – e o contrato proposto é retroativo a agosto de 1995 – totaliza
29 milhões trezentos e dez; ou seja, pagou-se 27 milhões, quer se lançar sobre
os moradores 29 milhões. Mais ainda, não se contabiliza 0,84% do valor desse
contrato que são os estacionamentos e não se contabiliza 2,75%, que corresponde
a área do Parque Santa Fé; tudo comprovável com laudos periciais da Caixa
Econômica Federal; e, ainda não se consideram as áreas de uso comum que estão
sendo cobradas como áreas residenciais de construção e sendo multiplicadas por
1,2 CUB.
Então, quero dizer que é uma situação séria, grave, que a Comissão
desta Casa está acompanhando, mas que o conjunto da Casa deve acompanhar. Muito
obrigado.
(Revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mário
Fraga): O
Presidente da Casa, Ver. Isaac Ainhorn, está com a palavra, em Comunicação de
Presidente.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, este Vereador, nas atribuições que lhe confere, recebeu a
comunicação do Executivo Municipal de que havia interesse na Convocação
Extraordinária, para o exame sobretudo dos projetos que envolvessem a
desafetação de destinação de áreas com vistas à regularização fundiária – três
projetos – mais um projeto que autoriza o Poder Executivo a utilizar, de forma
centralizada, as disponibilidades financeiras da administração direta e
indireta. Posteriormente, no curso do andamento do cotidiano desta Casa, foi
procurado pelo Representante do Prefeito para saber se havia interesse na
inclusão de alguma outra matéria na Convocação Extraordinária. Este Vereador,
querendo a melhor alternativa, depois de ouvir a posição da Diretoria
Legislativa, que se manifestou no sentido de que a Convocação é extraordinária,
e as Sessões que ocorrem nas segundas, quartas e sextas-feiras são ordinárias,
mesmo que por convocação extraordinária e, a partir da avaliação da
Procuradoria da Casa, que ratificou a avaliação da Diretoria Legislativa,
manteve a posição de fazer o pedido de que esse Requerimento de renovação fosse
incluído dentro da Convocação Extraordinária, e também um outro projeto, que
autoriza o Executivo a alienar o próprio municipal à Associação Rio–grandense
de Igreja Adventista do Último dia. O Ver. Luiz Braz requereu o art. 81 e, por
tê-lo requerido, este Vereador solicitou, igualmente, que fosse incluído na
Convocação Extraordinária. A busca de colocar a Renovação de Votação na Ordem
do Dia era para evitar qualquer medida procrastinatória, porque sei qual é a
intenção do Ver. João Dib.
O Ver. João Dib buscou, através de um instrumento legal e regimental, a
Renovação de Votação, o que é legítimo. Para que as coisas andassem, este
Vereador solicitou essas inclusões na Convocação Extraordinária. No entanto, há
uma visão polêmica com relação a esse assunto. Da mesma maneira que este
Vereador solicitou ao representante do Prefeito Sr. Adaucto Vasconcelos, a
inclusão do pedido de Renovação de Votação, vai solicitar a retirada dessa
renovação, através de um simples ofício, que é a forma legal de se fazer frente
a essa questão. A intenção foi cristalina, transparente, no sentido de votar
imediatamente, o Requerimento, para que pudéssemos fazer as nomeações
necessárias, para trabalharmos em cima, com os assessores, em relação a
complexa questão do Plano Diretor, porque este Vereador guarda coerência nas
suas ações, no dia que o Ver. João Dib, que teima em ser negativista, acenando
sempre não com sua cabeça. E, no momento em que comunicou a sua intenção (de
renovar a votação), este Vereador disse que as nomeações só seriam efetivadas
após votada a Renovação de Votação, para que não houvesse problemas ou
prejuízos ao Erário Público Municipal, ou uma ilegalidade, posto que, este
Vereador faria as nomeações e, posteriormente, poderia rejeitar algum aspecto
do Projeto de Resolução, que criava os cargos do Plano Diretor.
Então Sr. Presidente, Srs. Vereadores, a intenção foi rapidamente fazer
frente legal a essa questão, para que se colocasse em votação. Isso foi
transmitido a vários Líderes desta Casa; a Resolução existe e, evidentemente,
gera o direito de as Bancadas e as Comissões fazerem as indicações. O
entendimento deste Presidente é de que, para que não haja prejuízo em nenhum
aspecto a esta Casa e à Cidade, só depois de votada a Renovação de Votação, é que
será feita a nomeação definitiva com sua conseqüente publicação, ou seja, a
nomeação dos cargos. Este Vereador estará cumprindo a Lei, porque é uma
deliberação desta Casa, num Projeto de Resolução que tem competência de prover
sobre seus quadros e a sua estrutura. Portanto, é essa comunicação, na melhor
das intenções, apenas me penitencio, mesmo com 10 anos de Casa, não conhecemos
todos os seus aspectos. Pela primeira vez presidi a Casa por ocasião de uma
Convocação Extraordinária, e talvez tenha pecado em não ter ouvido as
lideranças partidárias sobre o interesse de verem a presença de um ou outro
projeto de interesse desta Casa, ou de Bancadas desta Casa, na Convocação
Extraordinária. Faço justiça de um Vereador que não solicitou, não negociou,
neste e em nenhum momento de sua vida publica, nenhuma relação com o Executivo.
Excluo a Bancada do PT de qualquer responsabilidade, porque os projetos que
solicitei que fossem incluídos, efetivamente o Executivo Municipal os incluiu,
e o que aconteceu, talvez por falha deste Presidente, não ouviu as lideranças
de eventuais projetos de seu interesse. Reitero a disposição, rejeitada a
renovação de votação, imediatamente serão
os cargos efetivados, aqueles criados por Projeto de Resolução. Essa é
disposição da Presidência e tenho certeza que interpreto a disposição de
coerência do conjunto da Casa e da Mesa Diretora. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): Solicito ao Ver. Edi Morelli que
assuma a presidência dos trabalhos pois este Presidente irá receber, no seu
gabinete, o Presidente do Tribunal Regional Eleitoral Desembargador Tupinambá
Castro de Nascimento que faz uma visita
de cortesia a esta Casa.
O SR. EDI MORELLI (Questão
de Ordem): Solicito
que o segundo Vice-Presidente assuma os trabalhos, pois, em eu assumindo os
trabalhos, eu tenho que ficar de boca
fechada, e eu não posso ficar de boca fechada com certas coisas que estão
ocorrendo.
O SR. PRESIDENTE (Mário
Fraga): Havendo
quórum, passamos à
ORDEM DO DIA
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
PROC. 1541/96 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N0
032/96, que
desafeta da destinação de uso comum do povo próprio municipal para fins de
regularização fundiária através de concessão de direito real de uso (áreas
situadas na Vila Brasília). Com Emenda n0
01. Urgência.
Parecer
- Conjunto da CCJ, CEFOR, CUTHAB e COSMAM. Relator–Geral Ver. Mário Fraga:
pela aprovação do Projeto e da Emenda n0
01.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta
dos membros da CMPA - Art. 82, § 10, VII, da LOM.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLE n0
032/96.
Sobre a Mesa o Requerimento do Ver. Artur Zanella que pede a dispensa
do envio da Emenda n0 02 às Comissões.
Em votação o Requerimento do Ver. Artur Zanella. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Sobre a Mesa Requerimento do
Ver. João Dib que solicita o adiamento da votação do PLE n0
032/96.
Em votação nominal o Requerimento do João Dib. (Após a chamada.) REJEITADO, por 1 voto SIM, 23 votos NÃO e 2 ABSTENÇÕES.
Saudamos, entre nós, a presença
do companheiro Euclides Fagundes, um dos maiores tradicionalistas do Rio Grande
do Sul, seja bem-vindo a esta Casa.
O Ver. Edi Morelli está com a palavra, para discutir PLE n0
032/96.
O SR. EDI MORELLI: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, Venho discutir esse Projeto porque mais uma vez eu me deparo aqui
com um Projeto do Executivo numa Convocação Extraordinária, houve muito tempo
para ser votado este Projeto e, agora, no recesso, é convocado uma
Extraordinária para ser votado.
Enquanto isso, na Restinga, funcionário do DMLU invade uma área e fica
por isso mesmo. Quer dizer, vão regulamentar tudo ou não regulamentam nada.
Sou convocado para uma Sessão Extraordinária e é feita uma
verificação de quórum e querem me
convencer que é uma Sessão Ordinária.
A maioria dos Vereadores de oposição ao PT ocupa esta tribuna para
criticar a manipulação do Orçamento Participativo, quando, na verdade, os
Vereadores do oposição, nesta Casa, são manipulados pelo PT. Eu repito, a
maioria dos Vereadores de oposição ocupa esta tribuna para criticar a
manipulação do Orçamento Participativo, mas que, na verdade, são manipulados.
Se aprova na hora que bem entende os projetos que o PT quer. Esta é realidade.
E, aqui, está a prova de mais uma manipulação do PT que, na convocação
extraordinária, venha-se discutir e aprovar apenas projetos do PT. No que diz
respeito à criação de cargos, tivemos, Ver. Antonio Hohlfeldt, tempo suficiente
para ser votado antes do recesso. Não votaram porque não quiseram.
O Sr. Airto Ferronato: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Eu estou acompanhando o discurso de V. Exa., quero
dizer que, na verdade, foi votado o processo de criação de cargos. O que houve
foi um pedido de renovação de votação. Com relação ao Projeto em si, eu entendo
que não há nenhuma manipulação, até porque, eu votaria contrário se me sentisse
manipulado por alguém. Eu vou votar favorável, porque acredito que estes
projetos que venham a regularizar áreas de terras para distribuir à população
pobre desta Cidade que dependem desta regularização sempre teve, terá e vai ter
o meu apoio.
O SR. EDI MORELLI: Eu agradeço o aparte de V.
Exa. que tem se declarado aqui um dos Vice–Líder da Bancada do Governo nesta
Casa, entre outros Vereadores, que defendem ferrenhamente o PT e aí, vêm para
esta tribuna e criticam a manipulação do Orçamento Participativo pelo PT.
Quando o PT quer jogar os projetos de
seu interesse à hora que bem entende, colocam nesta Casa para ser votado. A
população de Porto Alegre está atenta aos Senhores Vereadores, os 33 Vereadores
desta Casa. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores. A primeira colocação que eu
faria, eu gostaria da nobre, douta Liderança do PT que me dissesse quais
as razões da urgência, urgentíssima da convocação extraordinária? É claro, Sr.
Presidente, que para que eu diga as razões que eu acho que este Projeto deva
ser rejeitado, como todas as coisas que o PT faz, é preciso que eu me situe em
relação ao processo do Leopoldina onde “maciça ocupação por milhares de pessoas
empobrecidas” fez com que a Construtora Guerino conseguisse resolver os
problemas quando por 29 milhões de reais, que não foram autorizados pelo
Conselho Deliberativo do DEMHAB, e disto eu tenho um Pedido de Informação
respondido por S. Exa., o Sr. Prefeito, não foram autorizados, compraram uma
área, que valia a metade, pelo dobro, como fariam aqueles que superfaturam,
evidentemente para dar uma parte à Construtora Guerino, para pagar a Caixa
Federal e o resto. Mas o povo, que estava tão empobrecido, vai ficar mais
empobrecido agora, porque não pode pagar. Qual a semelhança do Projeto
Leopoldina com aquele que se quer votar aqui agora? Entrou no dia 24 de agosto
de 94, foi aprovado no dia 2 de setembro, com um parecer de douto, eminente e
corretíssimo Ver. João Verle. (Lê.) “Vem a este Relator-Geral, para parecer
conjunto das comissões acima mencionadas – e não foi mencionada a de Proteção
ao Consumidor -, o Projeto n0 tal que autoriza o Departamento
Municipal Habilitação – DEMHAB – a contrair financiamento da Caixa Econômica
Federal para a aquisição de imóveis das Empresas Guerino S.A., com garantia do
Município de Porto Alegre. A matéria é legal e regimental.” Assim, vinte e sete
milhões de reais, sem autorização do Conselho Deliberativo, foram extraídos dos
pobres que lá estavam.
E agora, o que quer a Administração Municipal? (Lê.) “Desafeta a destinação
de uso comum do povo próprio municipal para fins de regularização fundiária,
através de concessão do direito real de uso.” E montou, em meia dúzia de dias,
sem nenhuma informação, processo para que esta Casa venha a julgar. E faço uma
Questão de Ordem, Sr. Presidente. Esse expediente que trata da desafetação de
área envolve o Plano Diretor não deveria ser alterado apenas por lei
complementar, Sr. Presidente? Acho que, na pressa do Executivo em fazer todas
as coisas que quer fazer do jeito que quer fazer, esqueceu que o Plano Diretor
está sendo alterado, são áreas verdes que passam a ter outras finalidades.
Sr. Presidente, novamente pergunto para a douta e ilustrada Bancada do
PT: por que a urgência urgentíssima com a qual estão sendo tratados esses três
processos? Para ajudar a quem? No Leopoldina, a Construtora Guerino que estava
falida, depois entrou em concordata e depois encontrou um PROAR que resolveu o
problema dela, o problema da Caixa de uma maneira que só pode acontecer para o
PT – se fosse outro, a revolução era grande – onde o interveniente avaliou. Eu
nunca havia visto. Mas claro, Sr. Presidente, que todos esses documentos da
avaliação, de quem recebeu o dinheiro, quando recebeu, quando foi, quem sabe
levantamento de contas bancárias precisaria ser feito. Porque aqui é difícil de
esclarecer que tenha sido sério, até porque não tem autorização do Conselho
Deliberativo. Mas a douta Bancada há de me dizer por que urgência urgentíssima.
O SR. PRESIDENTE: A assessoria levará a sua
Questão de Ordem à Auditoria e no decorrer dos trabalhos teremos a resposta.
O SR. PEDRO RUAS (Questão de
Ordem): Comunico
à Mesa que em relação ao assunto tratado anteriormente pelo Ver. Luiz Negrinho,
e a reunião dos ocupantes do “Motel dos Coqueiros” ocorrerá amanhã, Ver. Luiz
Negrinho, integrante da CUTHAB, representará a nossa Comissão na reunião de
amanhã, era esse o registro.
O SR. PRESIDENTE: Fica registrado, mas não
como Questão de Ordem.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Em complementarão à Questão
de Ordem do Ver. Dib, eu gostaria que a Mesa tivesse a resposta da Auditoria a
esta Questão, antes da votação.
O SR. EDI MORELLI (Questão
de Ordem):
No que diz respeito a esse Processo, do qual o Ver. João Dib se manifestou, o
de número 1541, que tem o Parecer das comissões conjuntas: CCJ, CEFOR, CUTHAB e
COSMAM. Não teria que ter, também da CEDECON?
O SR. GUILHERME BARBOSA
(Questão de Ordem): Sr. Presidente, em ajuda a Auditoria, pois área verde se modifica, a
sua situação, inclusive, como decisão do Conselho do Plano Diretor, portanto
uma lei ordinária supera esta questão. Lei complementar é para permutar e
outras situações, mas área verde se resolve muito mais facilmente.
O SR. PRESIDENTE: Fica registrado, mas não
como Questão de Ordem.
A palavra com o Ver. Artur Zanella, para discutir o Projeto.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, eu já ando um pouco espantado com Plano Diretor de Porto Alegre e
agora mais esta, querem terminar com praça por resolução do Conselho do Plano
Diretor. Eu já vi de tudo lá. Eu já vi
resolução interpretava, acordo judicial em que o representante da Prefeitura,
com toda a razão, diga-se de passagem, colocou, olha vou mudar o Plano Diretor.
Até era boa a mudança e mudou mesmo.
Sr. Presidente, eu vou defender a minha Emenda, a de n0
2, que diz o seguinte: “Que após o pagamento de sessenta prestações, o detentor
da concessão poderá solicitar a compra definitiva do terreno, transformando o
contrato em contrato de compra e venda”.
Por que que eu digo isso, Sr. Presidente, porque se criou uma cultura
que quando um rico, uma pessoa que tem condições compra um prédio, um terreno,
um apartamento no BNH e o vende com lucro é uma pessoa extremamente
inteligente. Agora, quando é pobre que vai morar lá na Restinga ou em qualquer
outro lugar, é especulador. E a pessoa fica aqui, Ver Paulo Brum, vinte e
cinco, trinta anos no mesmo lugar e não pode sair daquele lugar, mesmo que
tenha melhorado de vida, se foi transferido, se deixou para um parente. Ele tem
que ficar lá porque é pobre. E dizem assim: tem que proibir de ele vender,
porque, senão termina vítima da especulação imobiliária. Só que neste caso a
especulação é em benefício dele. E a especulação imobiliária pode ser feita por
todo mundo, menos pelo pobre. E nós ficamos, na Câmara de Vereadores, cuidando
que uma pessoa de vila não pode fazer o que bem entende com o bem que comprou.
Ele fica preso à vida inteira, não pode dar em garantia de nada.
Eu talvez tenha até assinado contrato do tipo do DEMHAB que eu vi aqui;
um contrato antigo. Mas vejam, um contrato de venda do DEMHAB, cláusula 7a:
(Lê.) “o compromitente vendeu; o compromitente – DEMHAB – poderá, a qualquer
tempo no interesse social, gravar o imóvel, no todo ou em parte, bem como ceder
ou transferir os direitos desse contrato, independente de anuência do
compromissário”. Quer dizer, a pessoa comprou e pode vender.
E veja, Ver. Dilamar Machado, que foi diretor do DEMHAB junto comigo,
eu ontem vi uma coisa que me fez descrer totalmente no DEMHAB como condutor de
um processo deste tipo. Lá na creche comunitária da Vila Restinga, no Bairro
Vermelho, tem 36 famílias, que estão lá alojadas há seis meses porque ocuparam
uma área na Vila Castelo. E eu, como representante das pessoas que lá estão, em
conversa com o presidente da creche soube que ele recebeu informações que as
negociações estavam suspensas porque as pessoas foram procurar os deputados na
Assembléia e que ele não admitia a presença de políticos lá para tratar daquele
assunto. Mas que já tinha resolvido o problema. E qual não foi a surpresa das
pessoas quando apareceu o Sr. Hélio Corbellini com as placas para pendurar lá,
dizendo: “mais uma solução de terreno” do candidato a Vereador; com assinatura
de apoio, com tudo já pronto. Então, eu descreio de uma negociação trazida pelo
DEMHAB neste momento, com essa atividade do Sr. Hélio Corbellini, meu querido
amigo, que diz que deputado não pode. Mas o candidato a Ver. Hélio Corbellini –
vou incluí-lo no Código de Ética do Ver. João Verle - apareceu lá prometendo
trinta e oito terrenos do DEMHAB, para levar as pessoas, já com a placa, com as
fichinhas para assinar e tudo o mais.
Então, acho melhor vender para as pessoas depois de cinco anos de
ocupação. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Dilamar Machado
está com a palavra.
O SR. DILAMAR MACHADO: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores. Em primeiro lugar eu gostaria de fazer, com os companheiros
vereadores, uma breve reflexão sobre o espírito da matéria que está em votação
nesse momento. É preciso que os companheiros vereadores reflitam sobre o que é
a figura do direito real de uso. Na realidade, não uma das formas de
transmissão de propriedade. Transmite-se a propriedade pela doação ou pela
alienação, pela compra e venda. O que é um bem de uso comum do povo? Diria o Conselheiro Acácio que é um bem de uso
comum de todos. É aquele que todos podem usar, que não é usado por particular,
de uma forma singular. Deve estar à disposição de todos, os do povo. A questão
da Vila Brasília, que é um dos tantos conglomerados urbanos desta Cidade, é que
se consagrou, ao longo dos anos, o uso desses bens de uso comum do povo por
pessoas particulares, que assentaram as suas moradias e ali estão há muitos
anos. Desde que me conheço por gente, a Vila Brasília existe. O que a
administração persegue é o que outras administrações vêm perseguindo, é tentar
regularizar a situação da Vila, reurbanizá-la, para que as pessoas possam, de
forma mais civilizada, ocupar, com mais segurança, com mais tranqüilidade,
pequenas faixas de terra que são colocadas junto às ocupações existentes na
Vila Brasília. Eu não tenho nenhum espírito contrário à matéria. Entendo que é
dever da Câmara Municipal, entendo que é dever dos Vereadores desta Cidade,
independente de se algum Vereador leva, ou não, placa para colocar.
Eu conversava com o Ver. José Valdir há pouco, e ele comentava que, se
placa elegesse alguém, “Consertam-se gaitas” seria Prefeito da Cidade e as
Casas Pernambucanas, provavelmente, fossem Presidente da República.
Não acredito que a população esclarecida de Porto Alegre vá votar em
mim ou em qualquer outro Vereador porque viu uma placa da gente. É uma forma de
fazer política também! Talvez o companheiro citado, candidato a vereador, faça
esse tipo de pressão por inexperiência. Se ele já fosse vereador, ele não faria
isso. Ele não emplaca dessa forma, é verdade!
Acho que não podemos, Ver. Zanella – digo isso com todo o carinho que
tenho por V. Exa., até por ser um conhecedor da matéria, já que foi Diretor do
Departamento Municipal de Habilitação -, perder a oportunidade, como
vereadores, de dar o nosso voto, para regularizar uma situação. Eu tenho apenas
uma dúvida: acho que o Prefeito Tarso Genro não precisaria ter encaminhado a
esta Casa um pedido de desafetação atrelado à expressão “Para fins de
regularização fundiária com a concessão do direito real de uso”. A simples
desafetação, Ver. Lauro Hagemann, dá ao Prefeito a possibilidade de ele fazer
o que quiser, até, como sugere o Ver. Artur Zanella, alienar. Desafetada, não é mais área de uso comum do povo; o
Prefeito manda um outro projeto para esta Casa e diz: “Olha, agora eu quero
vender, mediante concorrência pública ou por tal e tal fórmula”.
O Sr. Artur Zanella: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Eu estava somente defendendo a minha Emenda. Eu vou
votar favorável à matéria. Amanhã, eu irei à Caixa Econômica Federal, porque
sempre que a Caixa Econômica Federal, antigo BNH, nos emprestou dinheiro para a
Prefeitura, para o DEMHAB, era para dar a posse e a propriedade para as
pessoas. Agora elas não têm nada. Com a concessão do direito real de uso as
pessoas não terão a facilidade de pagar uma prestação. Acho isso absolutamente
inadmissível numa hora destas.
O SR. DILAMAR MACHADO: Vereador, é uma questão de
ângulo, de ponto de vista. Eu discordo de V. Exa., com o devido respeito. A
concessão do direito real de uso é uma conquista que nós, Vereadores da Cidade,
introduzimos na Lei Orgânica do Município, regulamentada por Lei, e é uma forma
muito prática de resolver a situação dessas pessoas e evitar o que nós,
ex-diretores do DEMHAB conhecemos de cor e salteado, se vende um terreno para
uma pessoa e daqui a meia dúzia de dias ela negocia por qualquer objeto,
qualquer coisa de mínimo valor e deixa sua família ao Deus dará. A concessão
real de uso, pelo menos, não dá àquela pessoa a possibilidade de dispor daquela
conquista, às vezes a troco de nada, por questões até familiares, deixando a
sua família ao desamparo.
Por esta razão a minha posição é de votar favorável ao Projeto, em nome
da população da Vila Brasília. E com todo respeito ao companheiro Artur
Zanella, não votar a favor da sua Emenda, porque me parece que ela vai criar,
ao invés de uma solução, um problema para os concessionários. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Luiz
Negrinho, para discutir o PLE n0 032/96.
O SR. LUIZ NEGRINHO: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, se hoje se fizer um
levantamento na Cavalhada dos moradores
que saíram da Vila Cai-Cai, vamos observar que continuam no local no máximo 60%
daquelas famílias que moravam na Cai-Cai, os outros 40% com certeza já venderam
as suas casas.
Em outra oportunidade votei favorável a esse Projeto. Mas depois de
ver, pessoalmente, a situação dos moradores da Cooperativa Habitacional
Coqueiros me sinto impossibilitado moralmente para votar qualquer tipo de
projeto que trate de habitação em Porto Alegre, sem antes resolver o problema
daquela população.
Não é admissível que uma situação simples de ser resolvida esteja há
dois anos sem ter uma solução. É inadmissível, não dá para se votar qualquer
tipo de projeto que fale em habitação nesta Cidade quando existe um caso como
esse do Coqueiros. Volto à tribuna não como forma de protesto contra os
moradores, que estão situados na Vila Brasília, mas apenas uma forma de
protesto pela situação ontem vista e sentida de como se encontram esses
moradores. Este Vereador não votará nenhum projeto do Executivo nesta Casa,
enquanto não for tomada uma posição sobre esse problema. Esses problemas que
aqui estão ainda levarão muito tempo para serem resolvidos. Basta que o Diretor
do DEMHAB vá lá amanhã, se tiver coragem,
pessoalmente, para resolver isso com os moradores, juntamente com alguns
Líderes desta Casa, que deverão estar presentes, para que se resolva a situação
daqueles moradores, que estão lá amontoados, correndo riscos com aquela rede
elétrica toda trançada, podendo causar incêndio.
Quero fazer uma correção sobre aquela oportunidade, quando disse que passei aquela noite lá, impedindo o despejo. Na verdade quem impediu, juntamente com este Vereador, havendo um Oficial de Justiça, que usou de força contra este Vereador, pois estava lá também presente, foi o Ver. Mário Fraga. Quero deixar aqui o registro, dizendo que hoje, amanhã e quarta-feira todos os projetos que vierem do Executivo este Vereador vai votar contra, se amanhã não houver uma solução para esses moradores que lá se encontram. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Lauro Hagemann está
com a palavra, para discutir.
O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores. Eu não poderia deixar de vir à tribuna para encaminhar
favoravelmente a proposta do Executivo de regularização dessa área da Vila
Brasília par fins de concessão real de uso. O Ver. Dilamar Machado já colocou
muito bem desta tribuna a diferença que existe entre a posse de um terreno e a
Concessão Real de Uso que, pela Lei Complementar 242 e pelo Decreto Executivo
10.789, estão perfeitamente definidos. A Concessão Real de Uso é um instrumento
jurídico diferente. Por esse instrumento, o morador que estivesse ocupando área
municipal desde o dia 31.01.89, teria direito a essa Concessão Real de Uso por
30 anos. Isso para garantir a sua permanência em um determinado local da
Cidade, sem estar sujeito às intempéries de algum administrador mal-avisado,
mal-intencionado, mal-informado, ou que acordasse de mau humor em um
determinado dia, e pedisse a desocupação da área. O que era fato acontecido em
épocas anteriores.
Agora, não posso concordar, evidentemente, com a proposta do Ver.
Zanella de acrescentar uma Emenda a esse Projeto, porque, se aprovada essa
Emenda, todo esse instrumental jurídico construído desde a Lei Orgânica e
aperfeiçoado desde a Lei Complementar e pelo Decreto, seria destruído, porque
descaracteriza a Concessão Real de Uso.
O Ver. Artur Zanella, na sua Emenda, pede que, após a sexagésima prestação,
o concessionário do Direito Real de Uso possa comprar o terreno. Não há
possibilidade de compra, essas leis são claras, Lei Orgânica, e as Leis
Complementares e o Decreto são claras: a posse da terra continua sendo do
Município. E aí o Ver. Zanella entendeu mal ou entendeu muito bem, com todo o
fraternal apreço que eu lhe dedico, quero dizer isso, é a inversão total desse
instrumento jurídico, se for aprovada a Emenda, porque aí a terra passa a ser
propriedade daquele concessionário do Direito Real de Uso. Essa não é a
orientação que imprimimos à Lei Orgânica, às Leis Complementares e ao Decreto,
porque há por trás de tudo isso uma filosofia. Não é apenas uma questão de
posse de propriedade. A nossa intenção é gradativamente ir desmitificando a
questão da posse individual da terra. A terra não é uma propriedade pessoal. A
terra é uma propriedade coletiva. Existem certos países do mundo em que não se
registra título de propriedade. A terra é comum e não sou eu quem inventou a
roda nem algo assim. A concessão do Direito Real de Uso é uma instituição
jurídica muito antiga. Ela já passou de moda em certos países, até, pela
regularização fundiária que tiveram antes de nós. O que queremos é garantir a
cada cidadão, que tem o mínimo de direito, essa prerrogativa de ficar
sossegadamente no território que ocupa, sendo área do Município. Em áreas
particulares esse processo não vigora.
Numa pesquisa que foi feita quando se regulamentou essa lei, muitas
comunidades optaram pela concessão do Direito Real de Uso para não serem
vítimas do assédio dos especuladores imobiliários, porque isoladamente um pobre
desses, que tenha 150 ou 200 m2 de área, pouco pode oferecer de
resistência a alguém que vá lá com dinheiro para comprar uma área, maior do que
uma concessão, construir um prédio e expulsando o entorno para longe da
periferia da Cidade. É o que vinha acontecendo.
Nós queremos garantir a todos os cidadãos o direito de morar na Cidade,
de usufruir dos seus benefícios. É só isso que queremos. Todos os cidadãos que
tenham localização de 31 de janeiro de 1989, numa determinada área da Cidade,
que seja propriedade do Município, tenham o direito de lá permanecer integrando
a Cidade como um todo. Por isso peço ao Plenário que rejeite fraternalmente as
Emendas do Ver. Artur Zanella. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Raul Carrion,
está com a palavra. V. Exa. dispõe de
cinco minutos e são permitidos aparte.
O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, nós queríamos, em primeiro lugar, encaminhar favoravelmente ao
Projeto de desafetação de área proposta da Vila Brasília. Na discussão,
gostaria de dar a opinião do Nobre Ver. João Dib, de que este é um processo que
está sendo muito açodado e que, a semelhança do processo do Jardim Leopoldina,
ao ser uma votação renovada, possa causar algum prejuízo ao Município e à sua
população.
Eu gostaria de manifestar, exatamente, uma opinião inversa. Nós achamos
que esse processo está muito atrasado, muito demorado ao invés de estar
apurado. Vou só relembrar nas disposições transitórias, o artigo 10,
no seu parágrafo 20, que dava 180 dias, a partir da aprovação
da Lei Orgânica, para que estas áreas para fins do direito real de uso fossem identificadas e fossem - seria o
normal - desafetadas com esse fim.
Passaram–se, desde então, creio que seis anos. “A esta altura do
campeonato”, nós alegarmos que estamos sendo muito apurados ao votar essa
desafetação, eu acho que estamos assumindo uma falsa perspectiva. A nossa
Bancada, contrariamente ao Ver. Dib, como já disse em outras ocasiões está
achando muito atrasado esse encaminhamento. Portanto, é a favor.
O Sr. João Dib: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Na Sessão passada V. Exa. me deu uma aula, e fui obrigado a estudar a Lei Orgânica, que
estabelece que, no art. 162, praças são intocáveis, mas, no art. 238, para não
sobrar dúvidas, estabelece que as áreas verdes são as destinadas à praça,
parques e jardins, unidade de conservação e reservas ecológicas municipais são
patrimônio público inalienável. O que dizia: não sou nem a favor, nem contra,
mas primeiro vamos mudar a Lei Orgânica.
O SR. RAUL CARRION: Ver. João Dib, o Senhor
mesmo, na Sessão passada, depois da “lição” que muito corretamente refere que
lhe foi dada por este Vereador – sem qualquer pretensão – o Senhor dizia que,
mediante uma lei, poderia ser modificada a destinação para praças; é o que
estamos fazendo. V. Exa. até se referiu no sentido de que era uma tramitação
demorada. Relembrando o art. 15, digo que, em primeiro lugar, não é uma
alienação. Aí, equivoca-se o Ver. Zanella, talvez na melhor das intenções, pois
ele propõe a possibilidade de alienação depois de cinco anos.
Nó também encaminhamos contrário à Emenda do Ver. Zanella, pois a Lei
Complementar nº 242, que é a Lei do Direito Real de Uso, é hierarquicamente
superior a um projeto de lei normal. Portanto, se V. Exa. deseja que o Direito
Real de Uso possa ser transformado em compra e venda, é necessário mudar a Lei
nº 242; e não colocar uma emenda alterando essa lei de desafetação.
Votaremos favorável ao Projeto de desafetação e a Emenda do Ver.
Antonio Hohlfeldt, e contrariamente a Emenda do Ver. Artur Zanella. Muito
obrigado
(Revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Airto Ferronato
está com a palavra, para discutir.
O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores. Nesta Convocação Extraordinária, temos seis projetos a serem
votados, sendo cinco da iniciativa do Executivo e um é Requerimento de
Renovação de Votação do Legislativo, três tratam da desafetação de área: o
Processo nº 1541, estamos discutindo, o n0 1542 e o 1543.
Temos esses três Projetos, um da Nova
Vila Brasília, um da Vila Jardim e o outro da Cosme Galvão. Em outros momentos
já foi dito que residi exatamente em uma das áreas objeto de discussão, o
Projeto da Vila Jardim; conheço as três áreas que, embora destinadas ao uso
comum do povo, temos aí há muitos anos a presença de moradores na área, eis o
motivo pelo qual não estamos terminando com nenhuma praça, pois elas não
existem, o que estamos fazendo é viabilizar a regularização dessas áreas. Daí
porque votarei favoravelmente aos três Projetos, apesar da posição crítica do
Ver. Edi Morelli, sou Vereador e voto de acordo com minha consciência, sem me
preocupar se estou votando a favor do partido A,B ou C. Mas gostaria de
registrar que esta situação de hoje, esta posição de regularização de área para
concessão do Direito Real de Uso, merece um registro todo especial, não é
iniciativa do Prefeito, é coisa criada e instituída pela Câmara Municipal de
Porto Alegre. O Executivo está mais fazendo do que cumprindo aquilo que se
determinou aqui no Poder Legislativo.
O Sr. João Dib: Vossa Excelência permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Se o Executivo cumpre o art. 10
das Disposições Transitórias, porque não cumpre o art. 192 da Lei Orgânica, o
238, o 236 e o 239? V. Exa. tem razão, conhece bem o problema, pois morou lá,
mas é preciso que se mude a Lei para que possa ser feito o que se quer que
aconteça. É por isso que digo que o Executivo anda muito apressado e, na
pressa, duplicou, e agora vi que foi entre o DEMHAB e Guerino, a Caixa
Econômica não entrou, os dois acertaram; aqui não sei quais são as partes
interessadas. Também não está cumprindo a lei, não tenho dúvidas.
O SR. AIRTO FERRONATO: Eu respeito a posição de V.
Exa., mas acredito que estamos transformando uma área de uso comum do povo. O
Executivo está cumprindo uma ação criada pelo Legislativo, isso merece o nosso
destaque.
Com relação à Emenda do Ver. Artur Zanella eu já me havia posicionado
favorável, mas ouvindo a posição do Ver. Dilamar Machado e do Ver. Lauro
Hagemann, passei a mudar de posição, voto contra a Emenda.
Com relação à posição do Ver. Luiz Negrinho que diz votar contrário a
tudo, pois há um problema na Zona Sul, eu apelo ao Vereador que continue
lutando pela regularização das áreas da Zona Sul, terá o nosso apoio, mas
também vote favorável a essa situação da Zona Norte.
O Sr. Artur Zanella: V. Exa. me permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Fiquei preocupado em perder esse voto, o Ver.
Lauro Hagemann diz o seguinte: “A terra não pode ter dono. É de todos. Foi
distribuída por Deus.” É uma posição ideológica.
A qual das duas posição V. Exa é favorável?
O SR. AIRTO FERRONATO: Eu considero que não há
possibilidade de venda. Sou favorável a este Projeto. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. José
Valdir, para discutir.
O SR. JOSÉ VALDIR: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, a Cidade de Porto Alegre, como as demais grandes cidades e
capitais, tem problemas estruturais históricos, problemas sociais de difícil
solução que vão se acumulando ao longo dos anos. O projeto que estamos
estudando está incidindo sobre um desses problemas, o problema de uma população
que está numa área verde há dezenas de anos, há 30 anos. Esse é apenas um
exemplo dos vários problemas que os Vereadores conhecem tanto quanto eu nesta
Cidade. O que não consigo entender é que quando se trata de tentar resolver
esses problemas através de uma iniciativa, não importa se do Executivo ou de
quem quer que seja, nesta Casa, coloquem-se tantas dificuldades e tanto
formalismo para resolver o problema da Cidade informal. Porque temos duas
cidades em Porto Alegre: a Cidade bonitinha, legal, formal, onde aquelas regras
jurídicas, as leis, se encaixam perfeitamente, ou quase, ou nem tanto, e aquela
Cidade que é a informal, onde há problemas históricos sociais graves e que
muitas vezes temos, inclusive, que inovar, juridicamente, para conseguir
resolver. Nós iniciamos essa discussão quando foi elaborada a Lei Orgânica e
muitas vezes, na Lei Orgânica, por tentar ousar em matéria jurídica, muitas das
proposições do Partidos dos Trabalhadores, que visavam exatamente a facilitar o
procedimento em relação a esse tipo de resolução nesse tipo de questão, foram
derrotadas aqui.
Nós tivemos, aqui, a Lei n0 242, de iniciativa do
Legislativo, se não me engano do Ver. Lauro Hagemann, que é a Lei do Direito
Real de Uso, e esse Projeto está justamente criando a pré-condição, que é desafetação
da área, para poder fazer a concessão do direito real de uso, que está na Lei e
que ninguém pediu a sua impugnação por outro lado, viabilizar a questão mais
importante para qualquer solução de problemas dessa natureza, que são os
recursos.
Devemos lembrar que essa é uma
das pré-condições que estão colocadas na questão do financiamento junto
à Caixa, que não é nenhum favor, porque é dinheiro do Fundo de Garantia do
trabalhador. Temos que viabilizar isso e começar a fazer jus a esse recurso
para resolver um dos problemas. Por isso, não entendo quando o Ver. Luiz
Negrinho vem dizer aqui: “Se não resolver o problema desse ou daquele vamos
votar contra esse Projeto”. Então, se não resolver o problema de uma parte do
povo, não pode resolver o da outra? Essa é uma postura incoerente, para não
dizer outra coisa. Na verdade, temos que começar a ver os problemas por alguma
ponta, este é um Projeto que visa
resolver um dos problemas cruciais, históricos, estruturais desta Cidade. Às
vezes, aqui na Câmara, atirasse no que se vê para acertar no que não se vê.
Falou-se tanto sobre projetos que não estavam incluídos na Pauta, mas o dodói
não era esse, mas, sim, o que estava incluído na Pauta, que era o Requerimento.
Agora, espero que esta Casa, por causa do problema de uma das proposições – que
é o Requerimento – não cometa um erro político de votar contra esse Projeto que
está em discussão, e contra os demais projetos que o Ver. Airto Ferronato nos
lembrou muito bem.
O Sr. Airto Ferronato: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Só lembrando ao orador que, na verdade, estamos
discutindo outros projetos, tratamos de três projetos e mais deste Projeto 1.
S. Exa. está falando em “todos os Vereadores”, isso não é verdade.
O SR. JOSÉ VALDIR: Quem ouviu o início da
Sessão sabe que eu estou com inteira razão, porque foi o Ver. Luiz Negrinho,
desta tribuna, quem ameaçou que se determinados projetos não fossem atendidos,
votaria contra. Para concluir, quero dizer que o Ver. Airto Ferronato lembrou
muito bem que dos cinco projetos do Executivo, três versam sobre o mesmo tema:
desafetação, que é de fundamental importância para Cidade, não é para o PT, mas
para a população de mais baixa renda. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Giovani Gregol
está com a palavra, para discutir.
O SR. GIOVANI GREGOL: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores. Neste Projeto, Ver. João Dib, nós não temos a pretensão de dar
maiores luzes ao Plenário da Casa e nem de polemizar, porque temos uma posição
já consolidada, conhecida publicamente, a respeito da questão. Mas achamos que
o debate é importante. Eu penso que o debate sobre essas questões, que tem sido
feito na Câmara de forma quase permanente e, agora, nos últimos 30 dias, mais
ou menos, e também nesta Convocação Extraordinária feita pelo Sr. Prefeito, é
muito saudável.
Apenas lamento que não haja mais pessoas do povo em geral, como se diz
aqui, para acompanhar esta Sessão e ver este debate. Mas sabemos que a
Convocação é Extraordinária e que a maioria da população talvez nem saiba ainda
que estamos aqui votando esta matéria que já deveríamos ter votado e que,
normalmente, iria ser votada em agosto, a partir do final do recesso.
Eu já disse aqui, e repito, que vou votar a favor dos projetos, deste
Projeto especificamente, assim como votei a favor daquele Projeto de
regularização da Vila Cosme Galvão. Eu vou estudar as emendas; vou me orientar
também pelo que diz a minha Bancada, pelo que orienta a minha Liderança
Quero apontar alguns elementos do debate, Ver. João Dib, porque há
algum tempo, e mais recentemente, eu tenho sido perguntado por algumas pessoas
sobre a minha posição, achando elas que a minha posição, por eu ser uma
liderança conhecida no movimento ecológico, deveria ser esta ou aquela. Gente
muito preocupada com o movimento ecológico. Às vezes gente tão preocupada com o
meio ambiente e nunca fez nada pelo meio ambiente, pelo contrário, até fizeram
contra. Mas agora estão muito preocupadas com o que pensa este homem que é
preocupado, sim, como tantos dos Senhores e das Senhoras, com o meio ambiente.
Acham eles que eu não poderia votar dessa ou daquela forma. Eu quero dizer que
vou votar a favor não só porque é um Projeto da minha Administração, isso para
mim é sempre muito importante; vou votar a favor também porque a Liderança da
minha Bancada me solicita assim e isso, para mim, sempre é muito importante.
Mas vou votar porque me convenci, depois de estudar profundamente o assunto, eu
e a minha Assessoria, que é pequena, que é modesta, mas é eficiente, e isso
para mim é o mais importante. Chegamos à conclusão de que o Projeto tem mérito.
O Sr. João Dib: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Ver. Giovani Gregol, eu ouvi com muito entusiasmo o
início do seu pronunciamento, quando falou que a população tinha que estar
aqui. O art. 236 da Lei Orgânica diz: “Dar-se-á amplo conhecimento à população,
através dos meios locais de comunicação, durante os 90 dias que antecederem sua
votação, dos projetos de lei, de iniciativa de qualquer dos poderes, de cujo
cumprimento pode resultar impacto ambiental negativo”. Noventa dias, está na
Lei Orgânica.
O SR. GIOVANI GREGOL: É uma contribuição
interessante. Eu, particularmente, não evoquei até agora este artigo, porque
não fiz um estudo que me convencesse que é cabível a aplicação. Mas eu ouvi
atentamente o aparte de V. Exa. quando leu o outro artigo, que eu não me
lembro, agora, de memória, mas que é muito claro e que declara inalienáveis as
áreas de lazer, de preservação, etc., do Município. Isso foi aprovado por
unanimidade por esta Casa e pela totalidade da Bancada do meu Partido no
mandato anterior. Sem querer entrar no mérito, qual é a leitura que faz o
Executivo, a Procuradoria-Geral da Prefeitura, a respeito disso? Ela entende
que em sendo aprovado por esta Casa a desafetação de uma área dessas, seja de
praça, de parque, de reserva ecológica ou área gravada no Plano Diretor de
potencial de reserva ecológica, está sanado o chamado vício de origem, está
resolvido o problema legal, ou seja, aquela área que era intocável pela Lei
Orgânica Municipal passaria, com a desafetação aprovada, a deixar de ser uma
área de preservação.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Guilherme Barbosa se
inscreve e cede o seu tempo.
O SR. LUIZ BRAZ (Questão de
Ordem):
Ver. Presidente, eu manifesto a minha discordância.
O SR. PRESIDENTE: Nobre Ver. Giovani Gregol,
lamento, mas para fazer a transposição tem que haver a concordância dos
Vereadores inscritos e o Ver. Luiz Braz, consultado, manifestou sua
discordância.
O SR. GIOVANI GREGOL: Obrigado. Eu quero
agradecer o espírito democrático do Ver. Luiz Braz.
O SR. ARTUR ZANELLA (Questão
de Ordem): O Ver. Paulo Brum já declarou à Mesa que me
cedia o seu tempo.
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Paulo
Brum, que cede o seu tempo ao Ver. Artur Zanella.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, o Ver. Paulo Brum me faz esta gentileza de ceder o seu tempo,
porque há uma série de coisas que têm que ser colocadas.
A primeira é que desafetada a área, ela não é mais praça, não é mais
nada. Ela é uma área de uso dominial da Prefeitura que faz com ela o que
quiser. Isso aconteceu diversas vezes, por exemplo, a da Maguefa foi
desafetada, foi vendida. A área da escola ao lado da minha casa foi desafetada,
foi vendida, há um belo prédio com 14 andares em uma área que não podia fazer
mais que 2, quando fui para lá. Desafetada a área, acabou. Ela é uma área comum
do Município e é sobre isso que quero falar, é isso que fala a minha Emenda. O Ver.
Lauro Hagemann diz que me equivoquei, não, não me equivoquei coisa nenhuma. O
que eu acho é que se pode vender os terrenos da Vila Restinga, da Vila Restinga
Velha, da Vila Santa Rosa, da Ramos, etc. De tudo que é lugar se vende. Vende
para rico, vende para pobre, vende para todo mundo. O DEMHAB quer vender o terreno para uma indústria ao lado do Santo
Agostinho II, para a Mênfis, que é quem, por sinal, faz a avaliação do projeto.
Eu nunca havia visto isto: o único comprador possível da área é quem faz a
avaliação. Está lá no Processo. Então, o que quero dizer é que a área fica
desafetada, é de bem dominial e pode ser vendida de qualquer forma. O que
proponho é que, depois de cinco anos, a pessoa possa vender desde que ela
compre o imóvel pelo preço correto. O Ver. Luiz Braz pode vender a sua casa, eu
também posso vender o imóvel que comprei pelo Sistema Financeiro de
Habilitação, assim como todo mundo, menos os moradores da Vila Jardim, da Cosme
e Galvão, da Planetário e Vila Renascença. Pode acontecer da pessoa arrumar
emprego em outro lugar e querer se mudar. Além disso, quando ela for comprar
algo e a empresa perguntar se tem algum bem para dar em garantia, ela não terá
nada. Até tenho minhas dúvidas se, sendo área de bem dominial, cabe essa figura
da concessão real de uso, que era uma garantia. Mas isso é para áreas de praça;
não é este o caso.
O Ver. Lauro Hagemann tem as suas convicções ideológicas e afirma: “A
terra não pode ser propriedade de alguém”. Menos a dele. Mas, biblicamente, o
Ver. Lauro diz que não. A terra é do povo. Quero ver se ele dividiria a terra
dele com o povo, de forma bíblica. Então, cada um defende a sua tese
filosófica. Mas duvido que haja 32 Vereadores com essa concepção bíblica, tão
aberta que vá pegar os seus terrenos e distribuir para todo mundo. E aquela
posição do Ver. Dilamar Machado, como sempre muito equilibrada, que acha que as
pessoas vão vender por uma proposta boa, eu acho, Vereador, que se eles
comprarem pelo preço justo da terra, como todos compraram, a Restinga Velha
comprou, todos compraram, depois de 5 anos a Vila Cai-Cai já vendeu a metade, e
não ouvi ninguém falar aqui. Ninguém falou porque lá a vizinhança é da Vila
Cai-Cai, não é do Country Club. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Mesa escolhe a Questão de
Ordem de V. Exa. também o Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra, para
discutir..
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, é bem a verdade que não há nada neste processo que justifique essa
figura da urgência, aliás, esse assunto se alonga na Vila Brasília – e o Ver.
Artur Zanella conhece isso bem – há muito tempo, o que nos dá tranqüilidade de
afirmar que, se tomada a decisão, hoje ou daqui vinte dias, trinta ou quarenta
dias, não há alteração nenhuma no processo.
O que nós temos é uma situação assim: parece que a Caixa Econômica
Federal está exigindo que, primeiro se aprove o Projeto, para, depois, conceder
algum financiamento, que é noticiado na Exposição de Motivos, que ninguém sabe
qual é, quanto é, e para o que é.
Se fala em obter recursos para intervenções urbanas na área em questão.
Área que conheço de longa data e que não dá para o Ver Giovani Gregol ter
nenhum tipo de preocupação, na maioria da área. Praça ali, “babaus”; aquilo, há
muito tempo, antes de a área ser ocupada para verde público, está comprometido.
Retirar aquele pessoal dali é um sonho absolutamente impossível de ser
realizado. Eu teria uma pequena preocupação com a chamada área dois, que é a
área situada entre a Vila Brasília, entre a faixa verde de proteção ao Arroio e
a quadra cinco. Na quadra cinco, é a rua Antônio Cândido Ferreira, o nosso
velho “Bagé”. Nessa área, eu tenho alguma preocupação, porque, dificilmente,
Ver. Luiz Braz, vai-se conseguir fazer um ordenamento que mantenha aqueles
limites que a lei determina que, por cautela, deva-se manter do terreno ocupado
com o chamado alvéolo do rio ou do riacho que é o caso.
Fora isso, Sr. Presidente, nós somos remetidos a discutir as Emendas,
porque o Projeto de Lei em si, eu já disse, votado hoje ou daqui a vinte dias é
a mesma coisa. Daqui a vinte dias é só para aumentar a afirmação que vários
Vereadores fizeram de que somente, agora, no ano eleitoral, a sessenta dias da
eleição, tenha vindo para cá este Projeto de Lei. Desde o surgimento da nova
Lei Orgânica já deveria ter vindo e providência semelhante a esta já deveria
ter sido tomada.
O Sr. Dilamar Machado: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Ver. Reginaldo Pujol, eu gostaria de entrar no
discurso de V. Exa. em relação à preocupação levantada não só pelo companheiro
Artur Zanella como pelo Ver. João Dib. E faço isso até por uma obrigação moral
de quem dirigiu o DEMHAB. É evidente que a Caixa Econômica Federal, como repassadora de recursos do Sistema
Financeiro de Habilitação, não pode financiar e nem sequer aceitar proposta de
financiamento para áreas de uso comum do povo. Só após a desafetação dessa área
é que o Departamento pode entrar com o pedido. Por isso é impossível se trazer
algum projeto aqui com financiamento da Caixa. Com relação ao DEMHAB, em boa
parte eu concordo com o que V. Exa diz.
O SR. REGINALDO PUJOL: V. Exa, inclusive, reforça, conhecendo o segmento habitacional e
as normas de financiamentos que têm os agentes financeiros. Há muito tempo esse
projeto já deveria ter vindo para a Câmara, fazendo essa desafetação, sendo
discutido não agora, mas há 3, 4 anos passados. Vem agora e agora nós vamos nos
fixar nele.
A proposta do Ver. Antonio Hohlfeldt tem a minha simpatia e com muita
probabilidade o meu voto favorável, à medida em que a redação dada ao artigo 20
me parece mais adequada para garantir a finalidade da desafetação. A proposta
do Ver. Artur Zanella, ainda que eu tenha algumas dúvidas quanto à redação,
quando ele fala que após o pagamento de 60 prestações, eu não sei se se paga
prestação por receber o direito real de uso. Acho que o termo não é exatamente
prestação. A vedação de que esse cidadão, uma vez demonstrando o ânimo de ficar
na área, de forma concreta, não possa adquirir o seu chão em definitivo, não
possa gozar o direito de propriedade que é assegurado a milhões de brasileiros
e que eu gostaria que fosse universalizado, é uma medida injusta, que pode e
deve ser corrigida. E o caminho que temos agora é a Emenda do Ver. Zanella e eu
vou acompanhar. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Braz está com a palavra, para discutir o PLE n0
32/96.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, o PT está realmente muito
preocupado com o setor habitação no nosso Município. Um amigo meu recebeu uma
correspondência do DEMHAB, dizendo que a casa que ele estava inscrito para obtê-la
desde 1986, ele recebeu um telegrama do DEMHAB dizendo que agora estava à
disposição. Ele foi ao DEMHAB e teve uma surpresa muito grande, pois lá eles
tinham até o número da casa que seria dele. Só que a informação é a seguinte:
não sabemos onde será, mas já tem o número. E, para que ele pudesse se orientar
melhor, foi-lhe indicado um Vereador da Bancada Petista. Então, essa é a
preocupação com a habitação ou então uma nova preocupação, uma outra
preocupação.
.
O Sr. José Valdir: V. Exa. permite?
(Assentimento do orador.) Esse assunto que o Vereador está colocando da tribuna
não tem relação com o Projeto em discussão. A segunda questão é que o Vereador
tem que citar o nome do Vereador.
O SR. LUIZ BRAZ: A Segunda questão manifesta
preocupação do Partido que está no governo com a habitação de nossa Cidade, diz
respeito àquele loteamento do Morro do Osso. Temos lá várias ações de despejo,
de famílias que estão ocupando aquele local que não têm para onde ir e que têm
várias ações de despejo. Para infelicidade da administra1ção petista, nós contratamos
um escritório de advocacia e ganhamos todas as ações do PT. Eu tenho as ações
para provar. Se quiserem eu mostro as cópias das ações, que estão no meu
gabinete. Ganhamos todas. Então, é aí que está a preocupação com esta setor
habitacional. Tem que mandar embora quem não é do PT. Quem está nas casas e não
é do PT tem que despejar, como os moradores da Vila União que vieram aqui
reclamar que estavam sendo despejados no dia da greve dos funcionários públicos
municipais. Preocupados com essas manifestações da Administração Popular que
quer manter, não todas, mas algumas pessoas nas suas terras, nós estamos
fazendo uma proposição, Ver. Pedro Américo Leal, até para não deixar
insatisfeito o meu amigo Ver. José Valdir.
Nós estamos propondo um destaque ao art. 20 do
Projeto, que vai prejudicar uma Emenda proposta pelo Ver. Antonio Hohlfeldt.
Nosso destaque é no sentido de que votemos contra o art. 20,
porque é o art. 20 que diz que a terra tem que ser destinada
ao direito real de uso. Tiremos esse artigo e deixemos no Projeto apenas a
desafetação. Vamos desafetar a área, vamos deixar a área exatamente como pediu
o Sr. Prefeito Municipal, só que ele poderá fazer uso do projeto de
regulamentação do art. 10 das disposições transitórias da Lei
Orgânica do Município, que diz como é que o Executivo tem que agir para que
determinadas áreas, possíveis de serem dadas como direito real de uso, possam
ser negociadas com essas famílias.
Acredito que, assim, nós não estaríamos cometendo uma falha que foi
apontada pelo Ver. João Dib quando discutia a matéria; nós não estaremos
assinando em branco um cheque, cujo valor desconhecemos, pois, o Município,
conforme explicações dadas pelo Ver. Dilamar Machado, não poderia colocar um
contrato que não existe com a Caixa Econômica Federal.
Nós estamos votando, aqui, uma matéria, apenas acreditando naquilo que
o Município está dizendo. Dizem que, se não votarmos agora, eles não
conseguirão o financiamento com a Caixa Econômica Federal. Temos que acreditar
na palavra do Município, que tem mentido várias vezes para esta Câmara! Com
relação à política habitacional, mente sempre, mente sempre! Despeja pessoas
que não têm onde ficar e quer manter outras. Por quê? Será que algumas têm um
vínculo maior com a ideologia petista, e as outras não? Não sei! É uma coisa
que temos que perguntar a nós mesmos e devemos votar depois de termos a
felicidade de responder. Muito obrigado
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. João
Dib, em tempo cedido pelo Ver. Pedro Américo Leal.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores. Não quero cansar os meus ilustrados colegas, até porque a maioria
não está aqui mesmo, a Bancada do PT também não, na totalidade.
Temos o art. 76 da Lei Orgânica que me levou a formular uma Questão de
Ordem que não foi respondida. Acho que enquanto não for respondida não pode ser
colocada em votação esta matéria. O Art. 76 diz serão objetos de lei
complementar os Códigos, o Estatuto dos Funcionários Públicos, as leis dos
Planos Diretores. No momento que desafeto uma área verde para que seja área
habitacional estou fazendo uma lei do Plano Diretor. Estou tratando de uma lei
ordinária, como mais ordinária do que é esta convocação extraordinária.
Mas, o art. 115 da Lei Orgânica diz que é vedado iniciar a execução de
obra pública nos últimos 180 dias do mandato do Prefeito, salvo se existirem
recursos financeiros a ela destinados.
Ora, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, não há recursos financeiros a
ela destinados. Por isso perguntei meia-dúzia de vezes qual a razão da
urgência-urgentíssima: é porque tem que assinar o contrato com a Caixa
Econômica Federal. Então, não tem o dinheiro. Se não tem o dinheiro, não pode
fazer a obra, então não pode votar a matéria. Isso, na pressa, votaram aquela
vigarice do Jardim Leopoldina. Acertado entre o DEMHAB e a Construtora Guerino.
Pensei que era com intermediação da Caixa Econômica Federal. Tenho o documento
que me foi integre pelo Ver. Milton Zuanazzi, apenas a Construtora Guerino e o
DEMHAB acertaram por 1,2 uma obra que valia 0,6.
Mas aqui estamos esquecendo que a Lei Orgânica foi escrita. Não estou
dizendo que não dêem àquelas pessoas condições de morar, mas mudem a Lei
primeiro. Ou, então, não há razão de fazer leis.
Esta é a razão da irritação deste Vereador.
Este é o art. 115. Mas, o 122 diz que são vedados o inicio de programas
e projetos não incluídos na Lei Orçamentária anual. Não sei se estão incluídos,
não sei. Mas é proibido. O art. 192 da Lei Orgânica, que o Ver. Carrion teria
me ensinado e pensou que me ensinou mesmo, mas ele só leu o art. 15, diz que as
áreas de lazer do Município são intocáveis, não podem ser cedidas, vendidas,
emprestadas ou alugadas, sob qualquer pretexto, ficando proibida a sua
utilização para outro fim. São intocáveis. Mude-se a Lei Orgânica e façam o que
quiserem. O Art. 200, inciso III, § 30, diz que o Município
tem que manter o patrimônio ambiental, através da preservação ecológica,
paisagística e cultural. O art. 236 diz: “dar-se-á amplo conhecimento à
população, através dos meios locais de comunicação durante os 90 dias que
antecederem sua votação, nos projetos de lei de iniciativa de qualquer dos
poderes, de cujo o comprimento puder resultar impacto ambiental negativo”. Área
verde, em área habitacional, se não for impacto ambiental negativo, pelo amor
de Deus, então não sei de mais nada! O art. 238, para não ter dúvidas do que é praça, fala claramente:
“áreas verdes, praças, parques, jardins, unidades de conservação e reservas
ecológicas municipais são patrimônio público inalienável”. Inalienável é também
direito real de uso. No art. 239: “O Município deverá implantar e manter áreas
verdes de preservação permanente, perseguindo proporção nunca inferior a 12 m2
por habitante”.
Então, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o que peço é que esta Casa,
pela responsabilidade que tem de representar o povo de Porto Alegre, e há num
dos processos, processos anteriores, que pedem a retirada das subabitações,
portanto não consultamos a população. Não sei se representamos a população,
ficando com pena de alguns em detrimento de outros, que pagam impostos. É por
isso, Sr. Presidente, se quiserem fazer, que façam a alteração da Lei Orgânica
em primeiro lugar. Eu não fiz essa Lei cheia de doações e de carinhos para que
ela não fosse cumprida. Eu quero é o comprimento da Lei Orgânica. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Giovani Gregol
está com a palavra, por cedência de
tempo do Ver. Guilherme Barbosa para discutir o PLE 32/96.
O SR. GIOVANI GREGOL: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores. Retomando então o debate que o Ver. Luiz Braz tinha me impedindo de
continuar antes, reivindicando o quase nunca reivindicando direito que lhe dá o
Regimento de o Vereador não poder usar imediatamente o tempo cedido. Mas o
debate é interessante, eu penso e até falo, modéstia a parte, como um
especialista na matéria, mas entendo que esses artigos da Lei Orgânica, que o
Ver. João Dib cita são conhecidos por mim e pelos demais Vereadores, já foram
utilizados aqui “n” vezes, acatados ou não, nas polêmicas da Casa, e merecem um
estudo aprofundado. Eu formei, até este momento, com a minha Assessoria,
consultando as partes interessadas, que a abordagem e aí se limitando a questão
jurídica específica dada atualmente pela Procuradoria-Geral da Prefeitura, é
correta.
Mas eu penso, sobretudo, Ver. Lauro Hagemann, que o problema é
político. Por exemplo, aquela questão da Vila e Cosme e Galvão, eu estudei ali
no Colégio Anchieta cerca de 15 anos, e sei o que foi a luta daquela
comunidade. Ou seja, antes do próprio Plano Diretor entrar em vigor, que nós
devemos modificar para melhorar, já aquela comunidade estava lá. Então eu
entendi, já naquele caso, seria correto, política e eticamente falando, até
secundarizando às questões legais e jurídicas, porque neste País há muitas
coisas que é legal, mas não é justa, e vice-versa, mas que eles tivessem o
direito de ali permanecer através do dispositivo da concessão do Direito Real
de Uso.
Eu quero dizer que sou a favor da concessão desse direito, tanto que
quando veio para esta Casa há alguns anos um projeto que relocalizava a famosa
Vila Cai-Cai, tão citada, lá nos sopés, nas baixadas, próximas ao Morro do
Osso, o projeto veio sem definição do direito de Concessão Real de Uso. Veio
como cedência, como quer fazer aqui o Ver. Artur Zanella, muito
equivocadamente. Naquela vez esqueceram de botar, e este modesto Vereador
chamou a atenção para isso, aqui da tribuna, e fez uma emenda de forma que
aqueles moradores tenham o direito, mas não possam vender. Um problema muito sério
é a especulação imobiliária na Cidade. Tudo isso que estamos fazendo, quero que
fique claro, só é admissível em caráter absolutamente de exceção, porque não
podemos permitir que sequer se cogite que se torne comezinha essa prática, como
poderá acontecer se não colocarmos ordem na questão de dar mão de áreas de
preservação, de áreas de lazer para todo tipo de coisa, menos para preservação
e para o lazer.
Se equivocam aqueles que dizem que é o ambiental versus o social.
Aquele que acha que uma praça não tem valor social, não sabe o que quer dizer
social e nem ambiental. Se há uma área que é de utilidade social,
principalmente para a populações de baixa renda, são os parques e as praças da
nossa Cidade, porque os ricos têm clube, vão à praia, têm casa de campo, têm
casa na praia, têm grandes mansões e são os pobres e a classe média que têm que
fazer o seu lazer, ter o contato com a natureza e praticar o seu esporte nas
praças e parques. O uso essencial dessas áreas é eminentemente social e não
ecológico, porque aquilo não tem um maior valor biológico, muitas vezes, porque
ali não se tem mais árvore alguma. Nesse sentido, quero dizer que em caráter
excepcional, excepcionalíssimo, este Vereador que fala em nome, pelo menos, de
um setor pequeno, é verdade, mas valente, do nosso movimento ambientalista, vai
votar, aceita, estudou a questão e está convencido, e pede o voto para a
aprovação deste Projeto, assim como pedimos para a Vila Galvão. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Elói Guimarães está
com a palavra. Para discutir o PLE 32/96.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, eu já tenho posição formada e firmada ideologicamente favorável à
desafetação dessas áreas que estão ocupadas pela nossa gente. Olha, Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, eu abro a nossa grande dívida social com o nosso
povo, principalmente com as comunidades humildes que, ao longo do tempo, porque
não tem outra alternativa, encontram espaço ali e, aos pouquinhos, vão
levantando a sua casinha, o seu casebre. Então, eu não vejo razões fortes,
maiores, de forma muito frágil estamos concedendo o direito de uso. Nós temos
que dar a propriedade para esses moradores. Eu acho que simples concessão e,
sim, essa concessão será definitiva, ainda é pouco porque na verdade, eu tenho
um ponto de vista e já o externei em outra oportunidade e meu ponto de vista
faz um contraponto ao ponto de vista do Ver. Gregol. Eu coloco o social acima
de todas as coisas, inclusive se tivermos que pagar uma taxa, quando a questão
é humana, e o social estiver em jogo, eu fico ao lado da questão social. Esta é
uma posição que tenho, é uma posição ideológica que venho sustentando. Não se
desenraíza o ser humano, deve-se mantê-lo onde se encontra. Esta é a grande
verdade. Criemos condições para que ele hoje tenha um barraquinho, amanhã tenha
uma casa de madeira, amanhã uma de alvenaria. Eu defendo a propriedade, eu sou
um defensor da propriedade para todos. Esta é a melhor filosofia, porque na
medida em que entregamos a alguém uma área onde residir, ele se esforça,
melhora as condições, cria a sua família. Então, são muitas firulas; sou um
homem que tem uma certa militância no direito, na legalidade. Vejo a questão
fundamental: essas pessoas que se encontram nessas áreas devem ser mantidas
ali. Temos que melhorar as condições para que a paisagem urbana melhore, agora
permitamos que fiquem ali; e amanhã vamos conceder o direito de propriedade,
porque essa gente, na sua maioria, vem do interior do Estado. São pessoas que
abandonam o interior devido a falta de uma política agrária e aqui na Cidade
não podem competir. Eles não têm casa e acabam localizando-se numa área verde,
numa praça, onde criam a sua família.
Nós não vamos autorizar que se desafete o bem público, porque o bem é
deles, mas é de uso comum de todo o povo. Temos é que criar condições para que
essa pobre gente tenha uma casa. Essa gente, que é mão-de-obra do nosso
comércio, da nossa indústria, tem que ter o apoio dos que possuem, porque eles
não possuem.
Essa é a minha visão ideológica sobre essas questões. Desafetação,
definitivamente, defendo. Amanhã, ou depois, o Poder deve ir lá e dizer: está
aqui a escritura de vocês. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
(Os trabalhos foram suspensos às 17h.)
O SR. PRESIDENTE (às
17h36min):
Estão reabertos os trabalhos. A Mesa informa, respondendo à Questão de Ordem
formulada, de que o presente Projeto consoante Parecer do próprio Conselho
Municipal Diretor de Desenvolvimento Urbano, não altera qualquer matéria
relativa ao Plano Diretor.
O SR. JOÃO DIB (Questão de
Ordem): Vou
aceitar, mas o Conselho do Plano Diretor dá opiniões, mas não decide na Câmara
Municipal.
O SR. PRESIDENTE: Não, ele não opina
realmente, dá força de lei, pareceres.
O SR. JOÃO DIB: Aceitos ou não pelo
Executivo?
O SR. PRESIDENTE: Ou por qualquer instância,
mas ele não altera o presente Projeto do Plano Diretor consoante elementos
existente nos autos.
O SR. LUIZ BRAZ (Questão de
Ordem): Sr.
Presidente, Srs. Vereadores. A Emenda n0 2 não tem Parecer, pergunto
se porventura foi dispensado.
O SR. PRESIDENTE: Foi dispensado.
Encerrada a discussão do PLE nº 32/96. Em votação. O Sr. Luiz Braz está
com a palavra, para encaminhar o PLE 32/96.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, eu tenho certeza que o pronunciamento do Ver. Giovani Gregol, se
ele fosse um vereador de oposição, teria um desfecho diferente, ele teria dito
aqui exatamente o que ele disse, mas seria contrário ao projeto, mas afinal de
contas, pensa o ecologista Giovani Gregol, eu respeito o seu trabalho. Se é
para o PT, a ecologia faz essa concessão, e aí está o PT se aproveitando de uma
determinada área com a aquiescência dos ecologistas comandados pelo meu amigo
Giovani Gregol.
Do Projeto que vamos votar eu pediria que votássemos apenas o artigo
primeiro com os seus parágrafos e incisos, mas não aprovássemos o artigo 20,
porque apenas vamos desafetar, não vamos chancelar, aqui, o Executivo, depois
de ter a área desafetada, num mesmo projeto, mas que antes de apresentar para
esta Casa aquele contrato com a Caixa Econômica Federal, antecipadamente tenha
a nossa autorização, o que não precisa, para utilizar o artigo 10
das disposições transitórias da Lei Orgânica do Município, regulamentado pela
Lei Complementar n0 242. Ao mesmo tempo este Plenário cometeu
um outro equívoco na votação deste Projeto. A Emenda nº 2 proposta pelo Ver. Artur Zanella foi
dispensada de ser ouvida pelas comissões para receber parecer. A Emenda n0
2 diz: “Após o pagamento de 60 prestações referentes à concessão do direito
real de uso, o detentor da concessão poderá solicitar a compra definitiva do
terreno, transformando o contrato em contrato de compra e venda”.
Eu gostaria imensamente de votar a favor dessa Emenda, mas antes quero
ouvir o que diz, por exemplo, a Comissão de Justiça, ou o que dizem as outras
comissões desta Casa, porque votaremos uma matéria nova, mas alguns Vereadores
já pegaram por princípio: “Se é do Executivo, eu aprovo tudo”. São Vereadores
de oposição, mas, às vezes, aprovam muito mais do que os da situação, as
matérias do Executivo. Vou abster-me de votar essa Emenda proposta pelo Ver.
Artur Zanella, por realmente ter algumas dúvidas com relação a ela. Não sou
contrário a que aquelas pessoas que estão ali possam adquirir, em definitivo, as
suas áreas, mas apenas porque tenho dúvidas. Gostaria de ter ouvido as
comissões da Casa, e até mesmo a Auditoria, mas como não pude ouvi-los, como
não há aqui o Parecer, e como houve dispensa deste, vou me abster quando se
votar aqui a Emenda nº 2. O Ver. Lauro Hagemann diz que é inorgânico. Ao mesmo
tempo, Ver. Lauro Hagemann, peço que o art. 20 seja
rejeitado, o que não vai prejudicar a ação do Executivo, mas vai colocar uma
proteção a esta Casa, com referência à chancela da destinação. Eu tenho realmente
dúvidas. A Emenda do Ver. Antonio melhorava a redação do art. 20,
mas para que possamos ficar completamente isentos nessa negociação que foi
feita entre Executivo e moradores daquela Região, teremos que negar o art. 20,
e deixar apenas que o art. 10, com seus parágrafos e incisos,
possa ser aprovado. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando
Záchia): O
Ver. João Dib está com a palavra.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, é um fim de tarde melancólico, porque esta Casa, no dia 01.01.1993,
pela totalidade dos seus integrantes, jurou cumprir a Lei Orgânica. Continuo
dizendo que o art. 76 da Lei Orgânica diz que leis de Planos Diretores de Leis
Complementares... Mas o ilustrado douto Presidente, Professor Universitário,
informou-me que o Conselho do Plano Diretor tem força de lei. Até parece que
não fui membro do Conselho Diretor, como assessor; como membro diretor do
DEMHAB, duas vezes, pertenci ao Conselho; como Secretário de obras também. O
Ver. Isaac Ainhorn, que não sabe nada, mas me deu aula. Agora, fazemos leis e
nós mesmos votamos contra, e a lei maior, Lei Orgânica, como diz o nobre Ver.
Elói Guimarães, que a sua formação ideológica assim o determinou, mas não
colocou a sua formação ideológica na Lei Orgânica – essa coisa espezinhada
todos os dias, jurada, traída – diz, no art. 115: “É vedado iniciar a execução
de obras públicas nos últimos 180 dias do mandato do Prefeito, salvo se
existirem recursos financeiros a ela destinados”. Agora, o Prefeito vai querer
assinar um documento com a Caixa Econômica Federal. Mais uma vez vamos rasgar a
Lei Orgânica, porque não importa.
Assim como este Projeto do Jardim Leopoldina que entrou, aqui, no dia
24 de agosto de 94, e no dia 02 de setembro de 94, nove dias depois, envolvendo
27 milhões de reais, sem autorização do Conselho Deliberativo do DEMHAB, com
acerto do DEMHAB e da Construtora Guerino, resolveram os problemas. Vejam, as
coisas superfaturadas como o PROER, a Odebrecht, o dinheiro do povo! Mas aqui é
o povo quem vai pagar, e não pode pagar! Estão tentando obrigar a pagar um
contrato leonino – como foi informado pelo próprio Ver. Raul Carrion -, é isso
que estamos fazendo! Em poucas horas, vamos mudar toda a Lei Orgânica para
atender os desígnios e os desejos do ilustrado, douto Prefeito Municipal. Juro
que ele não deve ter lido este Projeto do Jardim Leopoldina, porque aqui alguém
ganhou dinheiro: 06 CUB por metro2 é o custo de uma obra deste tipo.
Mas uma obra pronta. Aqui, nós ainda aprovamos em algumas horas. A obra não
está pronta mas vão dar habite-se sem estar pronta para que possa a Caixa
Econômica dar o dinheiro. Não, na verdade foi o DEMHAB com a Guerino. A Guerino
estava mal de vida, mas muito mal, e aquele candidato a Vereador – meu amigo
também -, cuja a esposa foi eleita no Conselho Comunitário, mas não se podia
fazer política e o PT colocou 23 dos 40, inclusive a esposa dele, fazendo
política. Agora, para os que tolamente resolvem ler a Lei Orgânica, o que
vai-se fazer, Ver. Elói Guimarães, V. Exa. que é o meu desembargador, que é o
meu jurista de bolso?
Eu estou preocupado seriamente com este Projeto de Lei e os outros dois
que o seguem. Acho que temos muita responsabilidade. Eu tenho muita preocupação
com os meus semelhantes, mas eu mudaria toda a Lei Orgânica para poderem fazer
o que querem o meu amigo Lauro Hagemann, o meu amigo Carrion. Aí, pode fazer!
Mas enquanto não for mudada a Lei Orgânica, nós estaremos cometendo uma grande
ilegalidade, ilegalidade que talvez não tenha as mesmas dúvidas quanto a
partilha do dinheiro, aqui são 27 milhões de reais, e agora já são 9. Aqui tem
dúvida e esta dúvida nós vamos levantar até o fim. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Lauro Hagemann
está com a palavra, para encaminhar o
PLE nº 32/96.
O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, eu nem viria à tribuna se não fosse para esclarecer um aspecto que
me parece muito importante: nós estamos trabalhando sobre um Projeto do
Executivo que nós teríamos todo o direito de imputar ao Prefeito o crime de
responsabilidade se não fosse mandado para esta Casa.
Eu não sei se alguns dos Vereadores presentes, vejo alguns que ajudaram
a compor a Lei Orgânica do Município, quando se introduziu nas Disposições
Transitórias o art. 1 , que define a Concessão do Direito Real de Uso, tem um
parágrafo 10 que diz:
“É vedada a transferência do direito real de uso para terceiros”. E direito
real de uso não é posse. Esta é a diferença. Portanto, não se preocupem em
vender, em transacionar, porque não é possível. Por isso eu dizia ao prezado
Ver. Luiz Braz que esta Emenda do Ver. Artur Zanella é inorgânica.
Mas eu gostaria de relembrar um aspecto interessante que ocorreu nesta
Casa. Quando se elaborou a Lei Complementar 242, a Câmara introduziu o
Parágrafo 20 do Artigo 20 que diz
exatamente isto: “As áreas de uso comum do povo e as de uso especial que se
encontraram na situação referida, no Artigo 10 do Ato das
disposições Orgânicas Gerais e Transitórias, não incluídas nas situações
previstas, nos incisos e alíneas deste Artigo, deverão ser objeto de processo
de desafetação e transformadas em áreas dominiais, incorporadas ao Banco de
Terra para fins de concessão do direito real de uso.” Este Artigo foi vetado
pelo Executivo e esta Casa rejeitou o Veto. Por isso, nós estamos cumprindo uma
determinação desta Casa. E não mais do que isso. Então, para tranqüilidade da
Casa, nós estamos agindo dentro de uma coerência muito especial. Nós aprovamos
um dispositivo, este dispositivo foi vetado e esta Câmara rejeitou o Veto. E
nós poderíamos imputar ao Prefeito o crime de responsabilidade se ele não
mandasse para cá este Projeto. É sobre isso que nós estamos deliberando.
Eu não vou responder ao meu fraternal companheiro e vizinho de
gabinete, o Ver. Artur Zanella, que me disse que eu devesse dividir o meu
apartamento, porque tenho idéias exóticas a respeito de propriedade. Não se
trata absolutamente disso. Ele exagerou, eu entendo o exagero dele, porque a
Emenda que ele apresentou é absolutamente impertinente neste Processo. Mas eu
desculpo as diatribes do companheiro Artur Zanella, porque Socialismo,
Comunismo não é dividir apartamento, é outra coisa muito mais séria. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver.
Reginaldo Pujol.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quando discuti a
matéria, já antecipei a nossa posição, segundo a qual, o que tem a se lamentar
nesta hora é que este Projeto de Lei que desafeta estas várias áreas lá na Vila
Brasília tenha levado 6 anos para chegar aqui na Casa, mas já que chegou agora
e que nós somos convocados para decidir sobre este assunto em regime de
convocação extraordinária, não nos cabe outra alternativa senão, lamentando o
atraso, decidirmos de vez sobre a matéria, aprovando o Projeto, especialmente,
a sua intenção delineada no art. 10. Com relação ao art. 20
do Projeto de Lei, a nossa opinião pessoal é de que a redação proposta em
emenda pelo Ver. Antonio Hohlfeldt à Emenda n0 1 é mais
correta, é mais adequada do que está disposto no original, o que me coloca a
favor da Emenda n0 1. Resta a discutir a Emenda n0
2, com a qual eu concordo, em tese, mas sobre a qual existem alguns problemas
que, inclusive, alertei o seu autor, e que diz respeito à própria redação dada
ao art. 30 que diz: “Após o pagamento de 60 prestações
referentes à concessão do direito real de uso, o detentor da concessão poderá
solicitar a compra definitiva do terreno, transformando o contrato em contrato
de compra e venda”. Ocorre que há uma imprecisão, já reconhecida pelo próprio
Ver. Artur Zanella, que pode comprometer a sua intenção. Como é sabido, o
instituto do direito real de uso não enseja a figura da prestação que,
obviamente não irá ocorrer e, se não irá ocorrer, transformará o art. 30
em inócuo, porque, não havendo a figura da prestação, nunca vai haver o “após o
pagamento das 60 prestações referentes à concessão de uso”. Resta, ainda, sobre
a matéria, alguma discussão jurídica a respeito desse instituto e a
possibilidade, como muito bem alertava o Ver. Dilamar Machado, de que,
desafetada a área com essa finalidade da concessão do direito real de uso, em
momento algum a área poderá ser vendida a quem quer que seja. Examinada a
“prima facie”, torna-se absolutamente inconsistente essa Emenda, e mesmo que
vier ser aprovado com os equívocos que tem, já apontados ao próprio autor, se
tornaria inócuo. De qualquer sorte, entendendo que a abertura dessa
possibilidade deveria ser objeto de uma consideração mais ampla por parte desta
Casa. Até lamento que o autor – Ver. Artur Zanella – não esteja aqui presente,
já que ele havia me anunciado que formularia uma subemenda com a qual ele
acreditava que corrigiria esses vícios apontados na redação do art. 30
por ele proposto, o que me confortaria sobremaneira, porque, em tese, sou a
favor do que aqui é proposto. Precisaria que se redigissem melhor as intenções
do Ver. Artur Zanella e que se esgotasse o assunto sobre a viabilidade jurídica
de ocorrer essa pretensão, isto é, que depois de ocorrer o cumprimento das
obrigações assumidas como contra-partida à concessão do direito real de uso,
pudesse haver o acesso à compra direta do imóvel decorrente da concessão desse
direito.
Alertam-me vários Vereadores, muito dos quais ajudaram a escrever a Lei
Orgânica do Município, que essa possibilidade inexiste, de vez que as áreas
desafetadas com a finalidade da concessão do direito real de uso se tornem
inalienáveis; só podem ser objeto da concessão desse benefício e não de outra
forma de transferência da posse e da propriedade. Confirmada essa colocação que
me foi alertada pelo Ver. Dilamar Machado, ainda que esteja simpático à idéia,
ainda que, pela minha formação política, eu entendesse que fosse boa, estamos
diante de uma inocuidade, e se é inócuo não temos por que aprovar. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Raul Carrion,
está com a palavra, para encaminhar o
PLE 32/96.
O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, traz-nos aqui para encaminhar, em nome do PC do B, a posição – em
primeiro lugar – favorável ao Projeto e, inclusive, favorável ao seu art. 20
.
Acreditamos que esse art. 20 pode ser melhorado pela
Emenda n0 1, que melhor precisa o seu conteúdo mas devemos
inicialmente votar favoravelmente ao art. 2, sob pena de – ao não ser aprovada
a Emenda n0 1 – ficarmos sem qualquer vinculação desta
desafetação com o direito real de uso.
E entendemos, a preocupação justa do Ver. Luiz Braz: que passe pelo
Legislativo a Concessão do Direito Real de Uso mas achamos que, ao contrário, é
uma segurança para este Legislativo termos a garantia de que estas áreas serão
desafetadas, necessariamente, para serem usadas para esses moradores de baixa
renda, no seu direito real de uso. Porque o art. 2, ao ser mantido, garante e
específica, e leio ao Ver. Morelli: “Esses imóveis terão a finalidade de
cumprir o disposto na LOM, art. 10, no ato das disposições
orgânicas gerais e transitórias, nos termos da Lei Complementar n0
242/91”. Não há o que ter dúvidas! Talvez o Vereador não tenha lido este
artigo. Por isso somos favoráveis ao Projeto, e ao seu art. 20
Em segundo lugar seremos favoráveis à Emenda n0 1 do
Ver. Antonio Hohlfeldt, que coloca de forma mais precisa a questão.
Em terceiro lugar, seremos contrários à Emenda n0 2
do Ver. Artur Zanella, por entendermos que formalmente ela não cabe; caberia
emendar, então, a Lei n0 242; teria de mudar o direito real
de uso para permitir que 5 anos depois pudesse ser adquirido. Isso do ponto de
vista formal.
Mas também do ponto de vista político somos contrários. Parece muito
simpático, parece muito avançado defender aqui que o morador, por exemplo, da
Cosme Galvão, tenha não só o direito real de uso, mas daqui a cinco anos, o
direito de comprar a sua terrinha. Que simpático! Ele pode ser o proprietário
legítimo... Mas eu acho que o grande avanço do direito real de uso é ter
garantido o direito à moradia, muito mais que um contrato de propriedade. O que
a experiência mostra? Que todos aqueles antigos moradores que tinham seu
direito à propriedade, o seu contrato à propriedade, daqueles que moravam ali
na Vila Floresta e outros bairros, que antes eram bairros proletários, foram
sendo expulsos para fora da Cidade, para periferia, pelo “capital”. Porque
chega o empresário, chega o capitalista e faz uma oferta, o trabalhador – que
está, naquele momento, numa situação difícil e sem previsão de – vende e vai
parar em Alvorada, em Cachoeirinha, apesar de trabalhar em Porto Alegre.
Agora, pelo direito real de uso ele tem a garantia de sua moradia ali,
mas ele não pode vender. É como os direitos trabalhistas que garantem que o
trabalhador não pode abrir mão de seus direitos. O direito real de uso garante
que o morador da área não pode abrir mão de sua moradia!
Por fim, gostaríamos de dizer que este Projeto que apoiamos, no
entender da Bancada do PC do B, é um projeto tardio, assim como são tardias as
centenas de áreas onde o direito real de uso esta garantido e até hoje não
vieram projetos para esta Casa para desafetação e para encaminhamento de
direito real de uso. Por isso não extemporâneo e não está vindo para votação de
forma apurada; mas, pelo contrário, há muito tempo deveria ser votado. Muito
obrigado.
(Revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encerrado o processo de
encaminhamentos. Passamos ao período de votação. Votação nominal, por
solicitação do Ver. João Dib.
Em votação o PLE n0 032/96. A Mesa esclarece que
vota-se o Projeto com ressalva das Emendas e dos Destaques. (Após a chamada.) APROVADO o PLE n0
32/96, por 26 votos SIM, 2 votos NÃO e 1 ABSTENÇÃO.
A Mesa lembra que após o término completo da votação fará a leitura das
declarações de votos, a começar pela primeira que ingressou junto à Mesa
Diretora, do Ver. Edi Morelli.
São 18 horas e 11 minutos. A Sessão dever-se-á encerrar às 18 horas e
12 minutos, razão pela qual submetemos a V. Exas. a prorrogação da presente
Sessão por mais duas horas. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que
estiverem de acordo permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, contra os votos dos Vereadores João Dib, Nereu D’ Ávila,
Luiz Braz, Jocelin Azambuja, Edi Morelli e Paulo Brum.
Ver. João Dib solicita, “ad tempum”, verificação de votação, o que é amparado em dispositivo regimental.
Como já há a aprovação da prorrogação, a Mesa consulta a Diretoria Legislativa e o princípio da unicidade do processo de votação que, mesmo que tivesse vencido o prazo deveria ser concluído.
Então, nós vamos continuar e, logo depois de terminado, indagaremos
sobre a continuidade da reunião, sem prejuízo de lembrar aos senhores
Vereadores, todos componentes de comissão permanentes, que após o término dessa
votação suspenderemos a Sessão para votar um Parecer conjunto. Caso não haja
quórum para autorização necessária à continuidade da Sessão, tendo em vista
Requerimento para verificação de votação, do nobre Ver. João Dib, já deferido
por V. Exas., nós, após a Sessão, realizaremos reunião das Comissões Conjuntas.
O Ver. Artur Zanella está com a palavra para uma Questão de Ordem, se
for sobre a matéria de votação, Vereador.
O SR. ARTUR ZANELLA(Questão de
Ordem): Sr.
Presidente, eu havia pedido à Mesa, se possível, uma informação sobre se havia
sido assinado o contrato com a Caixa Econômica Federal na votação desse
Projeto. Sr. Presidente, eu queria comunicar que foi assinado o contrato no mês
de junho. Eu só queria ver a cópia do contrato.
O SR. PRESIDENTE: Fica o registro para a
história e para os Anais.
Estamos em processo de votação. Votamos o Projeto e, agora, votaremos o
art. 20 destacado. SIM aprovado o dispositivo, mantendo-o no
texto; NÃO rejeita o dispositivo, retirando-o do texto.
Em votação nominal requer o Ver. Artur Zanella. (Após a chamada.) APROVADO o art. 20
por 20 votos SIM, 7 votos NÃO e uma ABSTENÇÃO.
Conseqüentemente, o dispositivo é mantido no texto. Em face da
manutenção do art.20 no texto, não há prejudicialidade; é
votada a Emenda n0 1.
O SR. ARTUR ZANELLA (Questão
de Ordem):
Como a minha Emenda de certa forma altera a concessão de uso, acredito que a
Emenda 2 fica prejudicada e, por isso, peço a sua retirada.
O SR. PRESIDENTE: Lembra-me a Diretoria
Legislativa que ela sempre esteve prejudicada.
O SR. ARTUR ZANELLA: Mas não havia votação
anterior. Havendo votação, fica prejudicada e tem que ser retirada. Antes de
votar, não. Agora, foi votada, tendo em vista que o Ver. Luiz Braz pediu
Destaque.
O SR. PRESIDENTE: Em votação a Emenda n0
1. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA a Emenda n0
1 ao PLE n0 032/96.
Em votação a Emenda n0 2.
O SR. ARTUR ZANELLA (Questão
de Ordem):
Sr. Presidente, esta Emenda está prejudicada.
O SR. PRESIDENTE: Nós estamos em processo de
votação. A Mesa esclarece o seguinte: trata-se de uma emenda apresentada por
Vereador, portanto, teve o seu caminho normal, foi apresentada no processo de
Discussão Geral, conseqüentemente, ela não tem prejudicialidade, e ela é
votada. Ela pode, sim, ser rejeitada.
O SR. ARTUR ZANELLA (Questão
de Ordem):
Sr. Presidente, sem querer dialogar com a Mesa, mas no momento em que foi
pedido o destaque pelo Ver. Luiz Braz, e por 20 votos foi confirmado que é uma
Concessão Real de Uso, é isso que foi votado. No momento em que a outra altera
a Concessão Real de Uso, ela é prejudicada e tem que ser retirada.
O SR. JOSÉ VALDIR (Questão
de Ordem):
A vingar a tese do Ver. Artur Zanella, a sua Emenda já nasceu prejudicada,
porque quando foi apresentada ela não tinha nem destaque ao artigo, portanto,
ela já nasceu prejudicada.
O SR. NEREU D’ ÀVILA
(Questão de Ordem): O que o Ver. Artur Zanella quer dizer é que, tendo em vista a
confirmação por 20 votos, ele acha que a Emenda dele não tem mais por que ser
votada, não foi prejudicada.
O SR. PRESIDENTE: Aí é uma questão de mérito,
Vereador, então cabe, isso sim, a rejeição da Emenda.
Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) REJEITADA a Emenda, com
abstenção do Ver. João Dib e com Declaração de Voto que a Mesa recebe.
O SR. 10
SECRETÁRIO:
(Lê as Declarações de Voto.)
“Declaração
de Voto
Não apresentei Subemenda à
Emenda n0 2, pois ainda não consegui uma análise jurídica
completa sobre o caso.
Como a Prefeitura e a Caixa Federal já assinaram o contrato em junho,
há tempo de fazer outro projeto de lei que garanta a propriedade às famílias.”
(a)
Ver. Artur Zanella.
“Declaração
de Voto
Ainda que concorde com o objetivo da Emenda, registro imprecisões de
Redação e dificuldades de ordem jurídica insuperáveis, eis que a correta
intenção do autor esbarra em disposições legais que fulminam qualquer iniciativa
que contraria a lei que consagrou, no município, o Direito Real de Uso.”
(a) Ver.
Reginaldo Pujol
“Declaração
de Voto
Jurei
Respeitar a Lei Orgânica do Município de POA; por isso e de acordo com o artigo
192 do LOM, o meu voto é contrário.”
(a)
Ver. Edi Morelli
O SR. PRESIDENTE: Verificação de votação da
prorrogação da Sessão por mais duas horas, por solicitação do Ver. João Dib.
(Após a chamada.) APROVADA a
prorrogação por 18 votos SIM e 4
votos NÃO.
O SR. JOÃO DIB (Questão de
Ordem): Sr.
Presidente, eu ainda acredito na palavra dos meus concidadãos e dos colegas
muito mais ainda. Então, preciso de um Requerimento que é praticamente
informal, mas que vale, posto que é oral. Amanhã, com a palavra do Ver.
Henrique Fontana e do Prefeito Tarso Genro, espero que seja dito a esta Casa se
foi assinado o contrato com a Caixa Econômico Federal para o financiamento do
Projeto que, agora, foi aprovado.
Faço essa solicitação, porque o art. 94, I. 10, da Lei Orgânica
estabelece que compete ao Prefeito assinar empréstimos com a prévia autorização
da Câmara Legislativa. Preciso saber se houve autorização do Legislativo para
que ocorresse a assinatura do contrato.
Requeiro uma informação, acreditando na palavra do nobre Ver. Henrique
Fontana.
O SR. HENRIQUE FONTANA
(Questão de Ordem): Sr. Presidente e Srs. Vereadores, informo ao Plenário que os contratos
foram assinados com cláusula chamadas resolutivas, ou seja, cláusulas pendentes
que devem ser satisfeitas num período próximo para que elas mantenham a sua
validade. Por exemplo, uma dessas cláusulas diz respeito à autorização da
Câmara de Vereadores pela desafetação das áreas. Caso não ocorra a desafetação
o contrato perderá a validade.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa, face a relevância da
matéria, requer ao Vereador que formaliza por escrito o Requerimento da
Comissão de Justiça.
Serão suspensos os trabalhos para que se submeta à votação o Parecer
que destina uma área da praça própria municipal para fins de regularização
fundiária, conhecida como Cosme e Galvão.
(Os trabalhos foram suspensos às 18h31min.)
O SR. PRESIDENTE (às
18h38min):Reabrimos
os trabalhos. A Mesa esclarece a V. Exa., Ver. Airto Ferronato, Presidente da
Comissão de Constituição e Justiça, que esse Projeto tem que de ser votado
hoje, porque se não for assim, não haverá às 48 horas necessárias, ficando
sujeito a nova Convocação Extraordinária, ou uma prorrogação.
O SR. HENRIQUE FONTANA
(Questão de Ordem): Reforço a preocupação do Presidente. Nós temos 3 dias de Convocação
Extraordinária, portanto, se esse Parecer Conjunto não for avaliado hoje, não
teremos as 48 horas até quarta-feira.
O SR. AIRTO FERRONATO
(Questão de Ordem): Na Comissão de Finanças e Orçamento respondeu presença apenas o Ver.
João Verle, não há quórum, mesmo com a presença do Ver. João Dib. Então, não
temos instrumento, enquanto Presidente da Comissão, para dar continuidade à
Reunião.
O SR. PRESIDENTE: Há quórum, retomamos a
Ordem do Dia.
PROC. 1543/96 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N0
034/96, que
desafeta da destinação de uso comum do povo próprio municipal para fins de
regularização fundiária através de concessão de direito real de uso (áreas de
jardins e vielas). Com Emenda n0
01. Urgência.
Parecer Conjunto
- da CCJ, CEFOR, CUTHAB e COSMAM. Relator-Geral Ver. Pedro Ruas:
pela aprovação do Projeto e da Emenda n0
01.
Observações:
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta
dos membros da CMPA – Art. 82, § 10, VII, da LOM.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLE n0
034/96. (Pausa.) Não havendo quem queria discutir, está encerrada a discussão.
Em votação o PLE n0 034/96 Não havendo quem queria
encaminhar, passamos à votação nominal do Projeto.
O SR. JOÃO DIB (Questão de
Ordem): Sr.
Presidente, qual o Projeto que está sendo votado? Porque eu não ouvi.
O SR. PRESIDENTE: V. Exa. não estava presente
no Plenário por isso não poderia ouvir, evidentemente.
O SR. JOÃO DIB: Gostaria de saber que
Projeto é este?
O SR. PRESIDENTE: Face ao pedido de
gentileza, esta Presidência informa que é o PLE n0 034/96.
(Lê.) “Destinação de uso comum do povo, próprio municipal para fins de
regulamentação fundiária, através de Concessão do Direito Real de Uso, áreas de
jardins e vielas”. Em votação...
O SR. JOÃO DIB: Eu gostaria de encaminhar,
Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE: Já foi encerrado o processo
de encaminhamento. Esta Presidência consultou ao Plenário se havia algum
Vereador que quisesse encaminhar. Conseqüentemente, passou-se à coleta dos votos.
V. Exa. requereu esclarecimento do Projeto que estava em votação e,
gentilmente, este Vereador informou...
O SR. JOÃO DIB: Eu peço que seja lido os
Anais da Casa para constatar que eu solicitei o encaminhamento após V. Exa.
falar em votação.
O SR. PRESIDENTE: Vereador, eu já tinha dito,
mas, em gentileza a V. Exa., que não se encontrava em Plenário, eu parei o
processo de votação para informá-lo
Em votação nominal o PLE n0 034/96. (Após a chamada.)
APROVADO, por 17 votos SIM.
Em votação o Destaque ao art. 20 do PLE n0
034/96. (Após a chamada nominal.) REJEITADO
o dispositivo, por 16 votos SIM e
2 votos NÃO. Está prejudicada a
Emenda n0 1.
O SR. AIRTO FERRONATO
(Requerimento) : Sr. Presidente, vou requerer Renovação de Votação.
O SR. PRESIDENTE: Vossa Excelência tem que
fazer o Requerimento na próxima Sessão.
Em votação a Emenda n0 2.
O SR. RAUL CARRION (Questão
de Ordem): A
Emenda do Ver. Antonio Hohlfeldt dá nova redação ao art. 20.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa esclarece a V. Exa.
que a posição da Diretoria Legislativa é que a retirada do texto do art. 20
prejudica a Emenda n0 1. Conseqüentemente foi já declarada a
prejudicialidade da Emenda n0 1.
Em votação a Emenda n0 2. (Pausa.) (Após a chamada.) REJEITADA a Emenda n0
2, por 2 votos SIM, 16 votos NÃO e uma ABSTENÇÃO.